29 de dez. de 2010

Aviso

Só gostaria de deixar aqui minhas desculpas. Prometi um post retrospectiva, mas por causa de certas coisas que me aconteceram ultimamente vou ter que deixar as pessoas que acessam o blog na mão. Peço desculpas, sei que são poucas, mas valorizo quem doa um pouco de seu precioso tempo para ler meus pensamentos e críticas.

Eu comecei um post de dicas de filmes só que devido ao gigantesco tamanho dele tive que fazer aos poucos - realmente não achei que ele ia ficar tão extenso. Então como todos irão para suas festas e viagens de final de ano, decidi deixar a dica cultural para o início do próximo ano (algo como post do ano novo).

Neste meio tempo o blog sofrerá uma reforma visual e estrutural. A proposta do blog é unir várias cabeças pensantes e suas idéias em um lugar único (qualquer um é bem-vindo para ser autor neste blog, qualquer um mesmo) onde pudesse achar variadas opiniões de diversos assuntos. Mas o pessoal que iniciou o projeto simplesmente debandou, então estarei retomando o blog. Estou pensando em mudá-lo visualmente mas ainda não sei o que eu faria (gosto muito do visual dele, demorei pra montar), que identidade eu daria à ele, cores, enfim... Por isso, esse é meu até logo às pessoas que passam por aqui e sairão para viajar e/ou festejar. 

Eu realmente agradeço a todos que vêem prestigiar este espaço. Não, isso não significa muito pra mim, não serei hipócrita... O que significa muito pra mim é que existem pessoas com boa vontade de dar um pouco de sua atenção à informações novas e/ou divergentes, pessoas que querem entender,ouvir e ler; pessoas interessadas. Isso é raro em tempos onde o que manda no mundo é o Fs, o alt+tab e o ctrl+tab.

Talvez eu poste algo até o final do ano, só nao garanto nada.

23 de dez. de 2010

The th(k)in(k)g(s) you h(r)a(re)t(h)e al(l)m(l)ost!



 Ontem acabei de assitir um filme que começei a ver fazia muito tempo, Greenberg (O Solteirão), e fui enganado pelo título em português... Quando o vi jurei que era uma espécie de comédia romântica, algo sobre um cara sem valor que encontra uma garota e tenta não ter um relacionamento sério... Apenas mais um filme de seção da tarde. Para minha surpresa (e felicidade) o filme, na verdade, mostra as relações humanas e o quão banal a vida pode ser... Um filme que não leva nada a lugar nenhum porém um ótimo filme, cru, limpo, reto, verdadeiro - me lembra muito os filmes do começo da carreira do Ben Stiller (protagonista).

 Ele fala das relações e de como as pessoas complicam elas, fala dos sonhos e de como as pessoas banalizam eles, falam das amizades e de como as pessoas são egoístas, mostra que o mundo não é justo mas é seu e sempre se tem tempo para tentar mudar tudo com um pouco de esforço extra. Então notei o abismo onde as pessoas botaram o mundo, nada tão apocalíptico - algo bem banal mesmo - e não vou dizer coisas como na minha época ou são todos assim pois isso seria mentira - ainda é minha época e existem exceções, porém são poucas, muito poucas. 


 No meu e-mail recebi alguns spams e tive que rir de um que falava sobre o horóscopo (o meu, de libra) o seguinte: Frase que mais odeia ouvir O mundo não é cor-de-rosa. Eu ri apenas pela coencidência de realmente ser a coisa que eu mais odeio ouvir. O mundo realmente não é cor-de-rosa mas ele também é cor-de-rosa pelo simples motivo que: O Mundo tem as cores que VOCÊ pintar. Mas é um pouco mais complicado que isso, não? Se trata de uma pintura feita por vários (bilhões) de pintores, alguns anônimos e alguns famosos. Podemos fazer nossa parte, mesmo que pequena, e deixar o mundo com cores agradáveis ou apenas colorido - pois não podemos agradar a todos, mas o importante é não pintar com cores que prejudiquem os outros. Ninguém é monocromático e, se o faz, está apenas escondendo sentimentos - mentido para si mesmo.

 Pensando sobre cores belas e cores - teoricamente - feias, recordei de um episódio dos tempos de escola: Cada aluno teria que escolher uma cor e fazer uma composição usando apenas variações daquelas cores. As cores que mais me agradam são o verde e o azul, porém sou muito fã do preto (e cinzas), só que foram as cores que 80% da turma escolheu para trabalhar e ser apenas mais um é algo que não combina muito comigo. Então dei uma volta pela sala para ver que cores estavam usando... Vermelhos, rosas, amarelos, azuis e verdes... Sentei em meu lugar e esparramei o estojo de lápis de cor sobre a mesa, fitando-o por um certo tempo. Eis que eu vi: o marrom. Eu tinha um marrom que se assemelhava ao vermelho (cor de tijolo), ao amarelo (próximo do dourado) e ao preto (marrom bem escuro, ébano), entre as outras variações do marrom. Percebi então que era a cor com mais variações tonais que eu possuía e que realmente seria muito divertido usar toda a gama que eu possuía.

 Pus-me a criar uma composição abstrata de linhas e círculos e usei todas as variações no máximo de combinações possíveis e com isso ganhei um 10 e um Ooooohhhh! pela surpresa de como uma cor feia poderia fazer um trabalho tão bonito.

 Eu vejo todo dia as pessoas menosprezando certos sentimentos ou situações por julgar que elas são negativas  ou feias. Na verdade elas estão aqui para nos ensinar o que temos que aprender com ela, sendo a dor, a raiva, a tristeza... Não esotu dando aquele discurso - o qual também odeio - de que apenas através da dor se aprende ou apenas errando se vence. Estou apenas dizendo que: Cada qual tem sua função, sua beleza e a hora de agir.


 Nossa vida e nosso caminho são compostos de diversas cores... Todos usamos de todas as cores que temos, alguns enfocam mais umas do que outras, mas isso não faz que elas deixem de existir ou que sejam ruins. Temos que valorizar as cores que gostamos e respeitar as cores que nos completam, todos temos cores, amores e sabores... Mesmo que negando ter um vermelho ou um índigo, não pode fugir do fato que pelo menos uma escala tonal daquela cor você tem... É só olhar direito.

 Eu sei que estou cansado... 
Não fisicamente...
Não mentalmente...
Estou simplesmente cansado e sem vontade.
Cores usadas de forma errada... Na hora errada... Ou abandonadas... Disperdício.




17 de dez. de 2010

O velho sentimento de ano novo

Estava conversando com um amigo sobre o ano de 2011 que está por vir - e praticamente reclamando desse maldito ano que "está acabando" (vale lembrar que nosso calendário não é exato, "certo", então não se apeguem à essas medições, ok?) - e divagando em como ele seria a mesma coisa: Vai saber, planos... Vai que viajamos, vai que morremos... Vai saber! Então eu tive que dizer: Não! Eu pensava isso ano passado! Acho que nesse ritmo vou viver pra sempre.

É engraçado de como uma linha, uma marcação, uma delimitação nos traz esperança. Sabe, nosso calendário é errado, então tenha sempre em mente que por não ser exato faz dessa marcação algo mais simbólico do que matemático. O dia primeiro de 2011 vai ser mais uma data qualquer, sabe? O cosmos continua seu fluxo, raios gama atravessando a galáxia, a Lua girando, a Terra se movendo e tendo sua temperatura aumentada, seus polos magnéticos desestabilizados... Enfim, vejo essa comemoração de final de ano como uma festa à fantasia com tema de piratas feita em um barco afundando no mar. Veja só: Estamos botando narizes de palhaços para termos motivos para rir, e no ano que virá as coisas irão apenas continuar. Afinal, é disso que se trata o ano novo, não? Continuação, não  recomeço. As pessoas recorrem ao recomeço mais pra esquecer os erros do que para traçar projetos novos ou para tentar salvar o mundo, ou - na maioria das vezes - pra ter a chance de errar de novo, persistir no erro com a esperança que dessa vez dê certo

Uma outra coisa também acabou provando o quanto as pessoas precisam mentir pra elas sobre a santidade de certas datas ou de alguns rituais como jantares em família; Uma amiga minha teve de ouvir que, por ela ter os pais separados, ela não gostava do natal por nunca ter tido uma família pra compartilhar a seia, pobrezinha. Bem, eu dei risada, uma das coisas mais idiotas que eu já ouvi: Existe uma fórmula para você ser humano que consiste em um pai, uma mãe, irmãos, se possível tios e avós e todo mundo tem que comer carne e ser católico... Viva! Olhar Big Brother e novela! Ahhhh... Se soubessem da origem do natal. Prometo postar aqui quando achar fontes confiáveis, ou vão na wikipédia e dêem alguns hyperlinks, vão encontrar coisas bem engraçadas.

Mas não culpem a mídia, o comércio - ou o governo, Deus - pois eles apenas estão atendendo à demanda. É como culpar um livro ruim que é muito vendido, culpe quem compra. Enquanto temos décimo terceiro podemos festejar e até gastar um pouco a mais no final do ano - mesmo que alguns tenham no seu íntimo que seu dinheiro está reservado para as contas, ninguém é santo ou máquina para não dar uma estravazada - pois o governo está cortando essa mordomia para aumentar o salário deles. Poderíamos criar um jingle natalino disso, não?

Só vamos ter um pouco de boa fé e, na hora das retrospectivas, lembrar dos políticos que votaram pelo aumento de seus pobres salários (que passam brincando a faixa de 100 mil reais), lembrar dos bandidos gente boa das favelas (afinal bandido tem seus direitos - mais que quem não é), lembrar que um preso recebe dinheiro para ficar preso e cuidar de sua família, pobrezinha (imagina as pobres famílias de quem não rouba), lembrar que roubaram nosso dinheiro e as pessoas acharam uma ótima idéia eleger eles novamente (claro pior que tá não fica), lembrar que o Maluf sempre confiou na justiça (sim Maluf, quem não confia nela sou eu - Maluf mesmo com ficha suja recorreu e foi eleito), lembrar que triplicaram a dívida interna pra pagar a externa e, depois, se endividaram de novo! Ah! Tanta coisa pra recordar!

Prometo fazer um post retrospectiva - tanto da minha vida quanto do Brasil.

Bem, no final de ano eu sempre acabo na boa e velha música do Bidê o Balde - Mais um dia sem ninguém, que diz:

"[...]Mas é tão bom gritar:
Mais um dia sem ninguém!
Nunca me senti tão bem!
Mais um dia sem ninguém!
Pena que vai acabar![...]"

Façam um projeto bem fácil: Peguem um papel, é bem rapido, e façam uma escala na vertical o quando a gente se deu mau (uma escala simbólica) e na horizontal os meses do ano que está acabando e faça um gráfico improvisado criando pontos e ligando eles com uma linha... Então você pega essa proporção padrão que esse gráfico improvisado gerou e continua! É, isso é 2011! Continuação! O novo, de novo, legal né?

15 de dez. de 2010

Common State of Inner Violence

 Write within flesh and bones, write with blood and anger, write with wrath and chaos. Your pourpose died between your dreams and your debts - now your soul will crawl under the cold skin of the dammed life's fog. Don't lie! Don't lie! This is not a misunderstood! This is you chaos!
Write with no fingers, write with your tong and cut it off, spit it over the cross and blame yourself until the end. You've created a party and wasn't invited, grabbed your pillow and burned it. You've been chased for example, you've been aimed for fun. You seek happiness and joy eating gloom and void. From all the curses, from all the disasters, from all those misinterpretations and social anomaly for one you wasn't prepared: You common state of inner violence!
Shattered, devised, divided, divined... Infinity dark flow... Maelstrom of  nightmares, déjà vu of blasphemer. Black seeds, dark roots, inner cords, suffocated wrath... Burning your skin backwards, bringing the past to future and vanishing the present - your soul is twisted and your mind is obfuscated. Now you engage the final truth, now you engage the worst scheme, now you engage the twisted nether, now you engage yourself dammed and modified. Cement down trough your throat, caffeine for asleep, poison for the living, water for the porks. Undead creature, lied and tortured, can't find enough wrath, enough blood. Rusted creature, seeking answers, seeking answers... Nowhere to find them. No way to run, closed doors. They tried to kill and instead poisoned your heart. You committed suicide. You committed suicide. You committed suicide. You committed suicide. You doomed yourself to save other. You're a fool - a dead man walking. You're a fool - a true believer. You're a fool - a dreamer. Now white the sinners rest in peace, swimming in their sins, you will haunt your shattered memories, you will curse yourself and your dreams, you will bury them under six feet, you will burn them inside your angered thoughts. You can't release the gore, you are cursed - sealed besides the pain, the destruction; between crossed fates, between mad visions, between suffer and void. Time will watch over you, counting your endurance. Even don't believing in your eyes, even if you don't trust on them anymore, even if your lips betrayed you... It isn't over yet~ Ready yourself for the worst. Guard your trust and avoid the killing lust, if you hear your sins your wishes will become true. Engage yourself... Engage your common state of inner violence.

13 de dez. de 2010

Segunda-feira nada Segunda-feira


De todas as segundas-feira creio que essa realmente se superou: frio, chuva; ótimo tempo para se ficar em casa e dormir até tarde, ler um bom livro - relaxar. Acho que arrumaram errado a escala de dias e um possível domingo frio e chuvoso para descanço dos amantes de filmes e livros se tornou uma segunda para testar o seu sono e sua paciência. 

Antes que me entendam errado: Eu realmente gosto de dias como esse. São dias perfeitos, se pode ficar aquecido com poucas peças de roupas, não faz calor, você pode assistir qualquer filme em um dia assim, guloseimas caem muito bem num dia como hoje, não faz calor, dias nublados tornam o verde das árvores mais profundo - eu já falei que não faz calor?

Mas alguém se enganou seriamente, talvez devido à algum feriado no setor místico-galático o domingo virou segunda. E agora? É um daqueles dias em que sair debaixo dos cobertores, edredons, mantas, se torna um esforço sem tamanho(domingo?), um dia em que se conta as horas para apenas relaxar (sexta-feira?), um dia que se está entediado pela falta de algo (quarta-feira?), uma data onde pareçe que o pior já passou (terça?), uma sensação estranha de que ainda se tem muito tempo para descançar (sábado?) e de que logo logo tudo acaba (quinta!). Tudo menos segunda-feira. Esta realmente não se pareçe nada com uma típica (ou até mesmo atípica) segunda-feira. A única coisa que ela se pareçe mesmo com qualquer outra segunda é a insuportável sobrecarga de trabalho. Não é estranho como toda segunda-feira pareçe infinitamente cansativa? E nem se dá tanto pelo ócio do domingo - meus finais de semana são sempre conturbados - mas sim pela avalanche de coisas para a semana.

Pobre segunda, é quem carrega o peso de todos os outros dias, um pilar que sustenta todo o esforço semanal. É quem leva toda a culpa dos desastres e mantêm-se calada. Nobre segunda, tem a terrível responsabilidade de superar as expectativas do maravilhoso domingo. Para quem viaja é dia de se informar, para quem trabalha no domingo é dia de reclamar, para quem apenas curtiu é o dia de voltar à rotina e para quem não se importa é o dia do descaso; pobre segunda.
Por isso deixo minha pequena homenagem à segunda-feira que, apesar de ser odiada por todos (e alguns mais) é o dia mais lembrado e mais importante de nossa semana.

Se você está meio chateado por ser segunda: Não fique assim! Use ela para projetar e traçar planos. Se deixar o tempo apenas para as reclamações ele acabará ficando chateado e tornará sua semana arrastada e lenta.

Tente algo diferente da impaciência rotineira: Saia (numa segunda? Claro!), assista um bom filme (o cinema é mais barato em segundas do que em domingos!), leia novamente aquele bom livro (ou ache algum autor novo e desafiador), ponha sabor em sua segunda e tenha certeza de que a semana será muito mais nutritiva.

Não é Garfield...?

Bem... Nem todos conseguem.

8 de dez. de 2010

Piada sem graça

Inundações, enchentes, queimadas, câncer, evolução dos vírus e bactérias, dívidas exponenciais...

Não tem mais graça...

Passos óbvios que são prelúdio do inevitável, ruína criada pelos próprios homens. Uma piada sem graça contada repetidas vezes e então todos se calam e se mutilam para continuar acreditando... Mesmo que já tenha perdido a graça. É uma velha estória que todos já sabem como acaba, é aquele velho conto que todos já sabem que é mentira, é aquela velha mania que todos já sabem se tratar de birra. É uma piada que já perdeu a graça.

Tinha graça quando se tomava Rádio (sim o elemento químico) querendo ganhar os poderes que a radiação supostamente trazia e curar-se de doenças. Tinha graça quando não se havia acesso à informação e tiranos subiam ao poder, nada podia ser feito senão marchas violentas e guerras civis. Tinha graça quando todos eram fadados a viver sobre a doutrina que seus pais lhe obrigavam a seguir, nadando na cultura local sem escolha alguma.

Não tem mais graça...

Catástrofes: pessoas lamentando da morte terrível de familiares - que ajudaram a matar. Roubos: pessoas reclamando da política de segurança - que botaram no poder. Mortes: pessoas choram os cadáveres do cotidiano - que pessoas mataram.

Todos ajudam com o lixo das inundações, com as bactérias e os vírus evoluindo cada vez mais... Mas é mais fácil eleger um culpado. Como poderá haver evolução sendo que seu sonho é ter 2.3 filhos, uma casa branca, um marido bem-sucedido para pagar as contas e um amante para fugir de si mesma? Como poderá haver evolução sendo que seu sonho é ter o carro do ano, uma boa casa, uma mulher que crie bem seus filhos e uma amante para relaxar?

Todos querem culpar mas todos querem ir pro inferno - para o céu requer muito esforço. Todos querem culpar mas todos querem que você escolha - escolher significa ter responsabilidades. Todos querem culpar mas todos querem não ter que admitir - erros sujam a própria alma e isso não sai com um banho. Todos querem culpar mas ninguém ajuda - a maior hipocrisia é apontar a hipocrisia alheia sendo hipócrita (mais fácil mentir e se fazer de vítmia, não?). Todos querem culpar e acabam se esquecendo que ele/ela está do seu lado.

Não tem mais graça....

Incontáveis correntes com pensamentos positivos, frases de efeito e revoltas contra determinadas injustiças: Isso é o seu melhor? Textos e poemas que circulam o mundo tocando milhões de pessoas: Analfabetas. Protestos e vaias, reclamações e críticas: Hipócritas.

Ler os livros sagrados e não entender nada. Escutar os esinamentos e ouvir apenas o que lhe agrada. Aprender e se envolver apenas com o que lhe importa. Escolher caminhos e segui-los apenas quando oportuno. Falar opiniões e mudá-las quando pressionado. Sentir ódios e amores e menosprezar os alheios. Perseguir erros e justificar os próprios. 

Isso em nossas mentes - corações bombeiam sangue, apenas isso!

No fundo fica aquela coçeira da irresponsabilidade que você abraçou, fica aquela culpa lhe batendo no ombro cobrando velhas dívidas e para amenizar isso: mente, desvia, engana, manipula, modifica, foge, muda. Todo um esforço que podia ter sido usado antes... Antes que tudo desse errado... Antes que a essa piada perdesse a graça... Antes que o que você mais queria se tornasse ódio... Antes que tudo o que você mais queria te odiasse... Antes que tudo que você mais queria fosse odiar.

Não tem mais graça...

Então usa-se de sofismos... Músicas, conceitos, ditados, citações... Um passado que não é seu e que você tenta corromper para concordar com seu presente e construir um futuro. Colapsos culturais, trocadilhos mal interpretados, frases de duplo sentido, neutralidade e relativização: medo, escudo.

Cego: Não vê que ninguem se importará com seus problemas se você apenas se importar com que lhe agrada? Mudo: Não consegue entender que se todos mentem é por você esconder-se da verdade? Surdo: Não ouve o que a vida lhe diz e reclama quando não seguem seus conselhos?

Ninguém têm a obrigação de fazer nada. Pode matar quem bem entende, roubar o que bem entende... A questão é a consequência disso: Quer morrer? Ser roubado? Ser traido? Ser enganado? Ser menosprezado? Ser injustiçado? Sofrer? Então por que continua repetindo essa piada sem graça?

 Isso se torna ciclo... Isso se torna regra... Isso se torna cultural... Isso se torna você...

Se o Deus que você acredita realmente estiver "la em cima" eu não imagino outra coisa senão ele estar massageando suas têmporas enquanto repete descrente de que alguém vai ouví-lo: 

Não tem mais graça... Essa piada não tem mais graça.

* * *


Eu recebi uma corrente no meu e-mail que falava da suposta vantagem de se ter um amante e que todos deveriam seguir isso, foi repassado por várias pessoas. Eu não consigo confiar em nenhuma delas... Como alguém em sã conciência pode acreditar que enganar é saudável (e ser enganado é errado)? Isso não tem mais graça... Eu li hipocrisias de auto-afirmação de pessoas que eu sei o que fizeram. Vi pessoas falando de capitalismo e de consumo exagerado enquanto encomendavam cartões de crédito gold e compravam artefatos de decoração caros e exóticos. Ouvi pessoas reclamando da incoerência do mundo e vivendo mentiras. Ouvi pessoas dizendo que certos argumentos não valem para objetos diferentes. 

No final todos querem a mesma coisa:

Aquilo que querem, quando querem, como querem, até que ainda queiram. 

Pessoas mimadas, me desculpem se não estou rindo dessa piada... É que ela já perdeu a graça.

29 de nov. de 2010

Monólogo na geladeira

Não pode ser assim tão ruim...
Veja! Há morangos na geladeira!

Tudo bem nos depararmos com grandes frustrações, desamparos e arrependimentos. Tudo bem não darmos sorte, esquecermos datas ou perder dinheiro. Tudo bem que nossos heróis têm mais o que fazer, estão ausentes e não temos vontade de levantar da cama. Tudo bem que você esteja doente, endividado ou triste. Tudo bem existirem pessoas em piores condições que você, em melhores condições que você ou tão mal/bem quanto. Tudo bem você odiar alguém, amar alguém, esquecer alguém ou lembrar de alguém. Tudo bem você querer salvar o mundo, mesmo que não ganhe nada com isso não.

Não pode ser assim tão ruim...

Catástrofes vêm ao som do tic-e-tac, compassos marcados severamente, prelúdio de um novo tempo, interlúdio das desgraças e prefácio da condenação. Você pode apertar o cinto e aproveitar a viagem, as freadas bruscas podem ser divertidas. Você pode gritar e reclamar, os ecos podem se tornar seus amigos. Apenas não deixe de olhar na geladeira. Pense.

Não pode ser assim tão ruim...

Tudo bem você ter inimigos, rivais ou vilões. Tudo bem você não querer sair, querer ouvir música e não querer brincar com seu cachorro. Tudo bem o dia estar muito quente, estar nublado ou ventando. Tudo bem ser final do ano, inferno astral ou feriado nacional. Tudo bem ter que acordar cedo, dormir tarde e ter insônia de vez em quando. Tudo bem você querer destruir alguém, mesmo que não ganhe nada com isso não.

Não pode ser assim tão ruim...

A luta é travada em cotidiano e não em grandes ações humanitárias. Você pode devorar os ossos dos inimigos caídos - eles fariam pior. A perfeição é um esforço sem fim na roda cíclica da evolução, tente não se perder e encontrar o que procura. Por mais que esteja cansado e perplexo, surpreenda-se! Vista-se de surpresa e vá bater na porta de um vizinho desconhecido. 

Há  morangos na geladeira!

Mesmo que a dor lhe preencha, a raiva o sufoque, os sentimentos não se anulam. Sorrisos ainda travam guerras secretas pelas ruas e lágrimas correm discretas em corredores esquecidos. Pessoas enterram esperanças esperando que elas se valorizem com o tempo.
Mundo louco, mundo estranho, mundo teu, mundo violento, mundo desastroso, mundo nosso... Meu mundo é ótimo; há morangos na geladeira.
Todas as linhas são sensíveis e tênues, todas as vendas podem aliviar ou cegar, todo conhecimento pode enfurecer ou enlouquecer... Deve-se entender a diferença.

O mundo é comparativo e relativismo foi feito para a física. Se tudo está certo então do que estão falando? Tirania pode ser justiça deconhecida e democracia é uma grande mentira calando uma pequena verdade. Ordens invertidas em um mundo onde a boa vontade foi trocada pela auto-afirmação, o desejo pela cobiça e o esforço pela prestação de serviços. Afinal... Para toda culpa há um ditado popular para usar de consolo, não? Para todo erro existe uma música que lhe encobre, não? Ah, pobre mundo... Entre fogos de artifício, liquidações e falta de auto-estima... Onde foram parar seus valores? 

Acabou o leite...

Entre pesquisas do IBOPE, assinatura de revistas e raspadinhas... Onde foram parar seus valores? Entre árvores cortadas, animais abandonados e pessoas travestidas do que não são... Onde foram parar seus valores? Entre falsas modéstias, sinismos e sarcasmos... Onde foram parar seus valores? Em bolsas caras, jóias falsas e carros do ano... Quem queria ser astronauta hoje é banqueiro, quem queria ser artista hoje é secretária, quem queria ser piloto hoje é empresário... Isso não se chama crescer, se chama falta de coragem.

Melhor fechar a porta...

25 de nov. de 2010

The Graveyard Book


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Pessoal, essa é a minha tentativa de trazer mais cultura para esse espaço.
Em breve: minha modesta crítica sobre o livro.
Quem quiser ler é só clicar na imagem e será redirecionado para a página onde o faz sem ter que clicar em links de propagandas ou esperar determinado tempo. Fica a dica e eu quero o meu!

23 de nov. de 2010

!Sobre old school e falsos moralistas

Não pude deixar de reparar nessa onda crescente de reutilizar símbolos e ícones do passado com novo propósito. Essas modinhas atuais - dentre elas a que mais modifica nostalgia, a moda emo - simplesmente pegam coisas que já foram usadas em determinadas épocas e fazem delas um novo símbolo. Alguns vloggers famosos já se pronunciaram acerca disso e falaram sobre como certas bandas se auto denominam "rock" ou de como elas usam apetrechos e cores que simplesmente não condizem com a "arte" que elas apresentam.
Estive passeando este final de semana, mais especificamente no sábado, pelo Shopping Center de minha cidade e fiquei perplexo com a capacidade do  ridículo - sem falar a falta de personalidade. 

Eu?! Old School?!

Me senti, assim como o meu amigo Anão que estava andando por lá comigo, um cara "do mau". Sendo que simplesmente sou sócio do clube do "de preto", nem exagero tanto nos apetrechos e outras quinquilharias - diferente de muitas pessoas que eu conheço que andam por ae travestidos de alguma espécie de ícone do rock misturado com alguma lenda antiga de uma civilização perdida - aposto que todos que vivem em Nh tiveram o mesmo nome passando pela mente (Hahaha! Sacaniei!). 
Parei um tempo para pensar se eu não estava sendo um tiozão, um dinossauro, ou qualquer outra coisa deslocada de seu tempo-espaço. Pensei muito, e até tentei a velha fórmula de comparar a "minha geração" com a "atual". Nada deu certo.  O fato é que 90% da população do Shopping Center era associado à moda emo (ok ok, chatos de plantão, mesmo que ela não seja considerada um movimento cultural ou de moda ela assim foi denominada por seus "usuários"), sendo que a piada mais comum da internet, do boteco, do posto, da faculdade, seja associação dessa juventude emo com a falta de personalidade e o muito tempo livre pela falta de hobbies ou perspectivas. Então... Se a maioria faz piada... Mas a maioria é a piada... Isso não me parece muito lógico.
Muito disso é culpa da falta de informação, ela sempre distorce significados e símbolos. Vi pais com crianças muito novas para conseguirem se vestir usando o mesmo tipo de vestimenta que os adolescentes - retardados - que perambulavam por lá.
Só achei divertido a falta de atitute - sendo que isso é o extremo oposto do que as propagandas e os rótulos de energéticos atuais dizem - que essa geração possui. Ao ver um emo travestido com uma camiseta com os escritos "I love rock" eu chamei a atenção de meu amigo e, quando ele também tinha visto, eu disse "Puto! Baita Puto!". O indivíduo - emo da cabeça aos pés, principalmente pelo cabelo - ouviu em alto e bom som e simplesmente baixou a cabeça praticamente encostando o queixo no peito. Quem me conhece sabe que não aparento ser intimidador e muito menos violento e pensei, por um momento, que um simples "Qual é a tua?" seria o normal... Apenas rimos, sendo que houveram outras situações muito engraçadas na mesma data. Gostaria de saber o quão "fundo" a mídia consegue ir nesses cabeças-ocas de hoje em dia. Por mais que alguém já tenha dito isso anteriormente... Ter como objetivo de vida  as redes sociais - para viver uma vida "Malhação" - e comprar um Playstation 3 não me parece muito sadio. Eu leio livros, muitos e não fui incentivado pelos meus pais a fazê-lo... Faço por que gosto e por opção própria. Falta singularidade nos dias de hoje, falta personalidade e caráter... Sim, caráter falta muito!

Então vêm os falsos moralistas... Ah! Sim! São um grupo de pessoas que colocam frases cult no msn, facebook ou twittam algo sarcástico e acham que com isso fazem o suficiente pelo bem da humanidade. Acham que só por dar quote em alguma frase de Nietzsche são inteligentes o suficientes para não estudar mais ou para simplesmente se acharem "não comuns". Acham que pelo fato de separar o lixo orgânico do seco estão salvando o planeta. Elas acham que tocar o papel no lixo e não no chão é uma atitude nobre. São pessoas que fazem o mínimo e acham que são super-heróis.
O bixo humano é muito conveniente em suas escolhas e teorias, ele joga tudo pro relativismo e usa de erros conceituais - aqueles clássicos trocadilhos de linguagem como "Me perdendo posso me achar" ou simplesmente usando algum trecho de um contexto maior cujo significado é distorcido pela falta do todo (como um pedaço de uma música ou alguns versos de um poema) - como arma de argumentação e auto-afirmação. Essas pessoas usam isso para escapar de uma conversa longa onde, provavelmente, elas seriam encurraladas e se encontrariam com falta de argumentos tendo que apelar para o famoso e baixo "ninguém me entende" ou "eu sou assim, o que posso fazer?". Eu acho engraçado como esse tipo de gente tem a capacidade de ficar em cima do muro; elas não querem ajudar o Greenpeace mas colam adesivos em seus cadernos e pastas, elas tem preguiça de rasgar o papel ao invés de amassá-lo mas são a favor da reciclagem. 
Sem falar nos grupos de proteção à animais e outras muitas ong's que simplesmente usam isso para se promoverem socialmente. Uma espécie de clube da Luluzinha onde só se entra com convite, então acabam todos por criar seu próprio grupo de luta para salvar o mundo, cada um lutando contra o outro.
Me lembro que, antigamente - não sei ele ainda o faz - um aposentado, toda noite, circulava por determinadas ruas da minha cidade distribuindo ração para cães de rua. Isso é um trabalho e um esforço digno.  Ele está fazendo a parte dele como ele pode, sem vender camisetas ou criar comunidades no orkut.

Eu acho o fim. Simplesmente pelo fato que muitas dessas pessoas ajudam os animais por acharem que estes as pertencem. MEU ANIMAL DE ESTIMAÇÂO. É uma espécie de necessidade por experimentação e não uma vontade por livre arbítrio. E depois falam em liberdade.

Como eu disse: conveniente. Eu percebi também que essas pessoas lutam contra certas causas - essa dos animais e outras como preconceito ou racismo - simplesmente por interesse próprio. Se tu usar o mesmo conceito, só que trocando os objetos da experimentação de pessoas por outras coisas quaisquer, esses tais moralistas vão simplesmente dizer que não é a mesma coisa; logo o que se defende não é a ideia, o valor, a lei, a ética e sim o próprio rabo.


12 de nov. de 2010

fIM




Toda sua carne irá perecer e ficará sua alma atormentada junto ao que foi sua consciência! Quebrarei seus ossos para que não possa fugir e muito menos procurar auxílio! Quebrarei suas mãos para que - quando em desespero - não consiga fazer gestos em blasfêmia! Quebrarei suas pernas pelo simples prazer de vê-lo sangrar e se debater.
Terá de provar do amargo e do doce, ambos! Terá de provar do destino e do infortúnio, ambos! Terá de provar da ordem e da desgraça, ambos! Degustará o gozo ferroso da morte em sua garganta e desejará o fim! Mesmo que belas, minhas penas negras não lhe confortarão. Mesmo que supliques minhas lâminas não lhe darão o beijo frio do alívio!
Dialogará com a dor! Trocarão longas conversas e breves xingamentos! Ela será sua maior inimiga e sua unica amiga! Desistirá antes que o fim tenha lhe alcançado, pedirá clemência divina e irá repetir palavras senis! Teu manto irá perder seu valor e suas peles ruborizarão-se ao ver seu estado! Prevalecerá a dor! Prevalecerá o ódio! Prevalecerá o medo! Prevalecerá o descaso! Seus dedos contorcidos apontarão para a esperança e ela irá rir de seu rosto distorcido! Aprenda! Aprenda! Seus destino é rascunhado à carvão em papiros novos! A chuva lhe trará o frio... E o frio lhe trará o fim.

Destino
Nem seu
Nem justo
Nem meu



>> Feevale 2011... Me aguardem...

7 de nov. de 2010

/format U:

Eu estava escrevendo um texto imenso, realmente grande, contando coisas da semana e, principalmente, sobre esse final de semana. Escrevi por cerca de uma hora. Então apaguei tudo.

Eu estava escrevendo um livro imenso, realmente grande, contando coisas dos sonhos e, principalmente, sobre mundos onde existe justiça. Escrevi por cerca de meses. Então apaguei tudo.

Eu estava escrevendo um conto imenso, realmente grande, contando coisas casuais e, principalmente, sobre a monotonia do cotidiano. Escrevi por cerca de dias. Então apaguei tudo.

Eu estava escrevendo uma música, realmente grande, contando sentimentos banais e, principalmente, sobre a vida e as dores. Escrevi por cerca de minutos. Então apaguei tudo.

Eu estava escrevendo uma carta, realmente grande, contando saudades e sonhos e, principalmente, sobre perguntas e dúvidas. Escrevi por cerca de horas. Então apaguei tudo.

Eu estava desenhando respostas, realmente detalhadas, mostrando traços e cores e, principalmente, sobre o que vejo e percebo. Desenhei por semanas. Então apaguei tudo.

O que se apaga sente? O que se sente quando se apaga?
O que se vai sente? O que se sente quando se vai?
O que se foi sente? O que se sente quando se foi?
O que se apaga sente? O que se sente quando se apaga?
O que se exclui sente? O que se sente quando se exclui?
O que se formata sente? O que se sente quando se formata?

Eu desenhei muito essa semana, realmente muito, coisas aleatórias desprovidas de forma e, principalmente, sabores e linhas. Desenhei muito. Então guardei tudo.

Eu cantei muito esses dias, realmente muito, músicas recém descobertas e, principalmente, antigas que habitam a mente. Cantei muito. Então me calei.

Eu escrevi muito esse mês, realmente muito, livro, textos, contos e, principalmente, alívios e frustrações. Escrevi muito. Então salvei.

Eu corri muito essas semanas, realmente muito, por praças, ruas e, principalmente, dos pensamentos e esquecimentos. Corri muito. Então descansei.

Cotidiano cansa, descansa. Cotidiano irrita, desabafa. Cotidiano desgasta, inova.

Este não é o texto original. Eu apaguei o texto original, mas tenho ele nítido em minha memória... Postarei ele em breve, talvez.

3 de nov. de 2010

4:24



Fui lúcido em meio prantos. Fui capaz de ver além em meio nós - de fios. Fiz sinfonia pintada no silêncio. Graças e glórias soprando brisas sinceras, desgraças e súplicas cantarolando velhas melodias. Prismas de luz girando repetidas vezes e nós presos em espirais bailarinas do que outrora fora concreto e agora jaz esperança. Pétalas aveludadas desprendem de sorrisos claros, tudo continua a fluir e a seguir seu automático. A sinceridade me impede de omitir e a nostalgia me pede elogios onde todas as formas ainda estão, em meio folhas e fortes galhos ao soar do vento, todos os caminhos e sonhos persistem, eles nunca morrem ou deixam de acreditar em si - mesmos. Tudo que mais belo fulgia agora brilha de mesma forma porém em outros aspectos e tudo continua a cantarolar aquela velha canção desprendida de compromisso.

Todos andamos à passos largos para o inevitável querer do não-poder conter-se no proibir a si de desejar possuir e ser. As gotas do orvalho desprendem qualquer entusiasmo ao lhe ver, o sol brilha mas não apenas para vós, sabes que as sombras lhe abrigam e não por que querem, dizem que vós já fostes luz e sombra e agora em tons cinzas se desfaz. O laço que ganhastes, escuro como uma noite cheia de nuvens, agora reside sombrio e em abandono ao lado do que foi sua caixa de memórias. Alguns troféus não são suficientes para conter-te, se desprende e foges, corre como quem alcança o vento, como quem evita o toque do chão e o peso dos pensamentos, corre como quem procura o que está além do horizonte sem fim, corre como se todo domo azul sob sua cabeça está a lhe caçoar, corre como se os ponteiros fossem parar e todo o mais não importa. Todo o mais se torna ritmo e melodia, todos os sons estão em conjuntos e seus pés se desfazem de peso e volume. Agora está agraciada com o livre pensamento e com olhos de diamantes que varrem o mundo de forma única, capazes de descrever de mil maneiras mil formas.

Mesmo quando retornas, o brilho persiste. Encontra abrigo apenas por hoje, e nas próximas horas irá trabalhar no amanhã... E no ontem.



Livre expressão, escrevi durante o tempo do vídeo.

29 de out. de 2010

From out of nowhere



From Out Of Nowhere

Tossed into my mind, stirring the calm
You splash me with beauty and pull me down
'Cause you come from out of nowhere
My glance turns to a stare

Obsession rules me, I'm yours from the start
I know you see me, our eyes interlock
'Cause you come from out of nowhere
My glance turns to a stare

One minute here and one minute there
Don't know if I'll laugh or cry
One minute here and one minute there
And then you wave goodbye

Sifting to the bottom, every day for two
All energy funnels, all becomes you
'Cause you come from out of nowhere
My glance turns to a stare

One minute here and one minute there
Don't know if I'll laugh or cry
One minute here and one minute there
And it hurts inside

One minute here and one minute there
And then you wave goodbye


From out of nowherere - Faith No More


27 de out. de 2010

Nyx




"Lá também está a melancólica casa da Noite;
nuvens pálidas a envolvem na escuridão; Antes delas, Atlas se porta, ereto, e sobre sua cabeça, com seus braços incansáveis, sustenta firmemente o amplo céu, onde a Noite e o Dia cruzam um patamar de bronze e então aproximam-se um do outro."   
Hesíodo - Teogonia

Traz de presente o infortúnio de sua presença prolongada, horas de persistente monólogo. Já lhe disse que sou bom ouvinte e que teus segredos irão morrer em meus lábios, já lhe disse que sou bom ouvinte e que teus medos irão morrer em meus ouvidos, já lhe disse que sou bom ouvinte e que serei teu companheiro. Perca essa angústia de não me encontrar, de me perseguir. Eu estarei aqui quando sua irmã se for e sabes que, mesmo não sendo para ouvi-lá, estarei aqui - me obrigas a isso.

Poderia degustar de qualquer brinde mas insistes no brilho de meus olhos, pegue-os para vós pois me recuso a mantê-los meus por tamanho prolongado tempo. Me desculpe se não lhe olho no rosto enquanto falas mas procuro memórias que me escaparam entre os dedos, caíram pelo chão mas seria demasiado demorado procurá-las e estou preso neste inevitável diálogo. Nem cansado, muito menos motivado, trouxe novamente todas as histórias e nenhuma dela me faz querer ir, ir pra lá. Teu palácio é frio porém confortável, me acomodo bem e sinto que deveria prosseguir e tu me destes este presente que me mantém deste lado. Adorá-la tem seus privilégios e suas sinas: Nós não deveríamos estar conversando sobre este domo negro. 

Sei que ninguém lhe aprecia e que sob sua morada nasceram apenas pragas e desgraças. Sei que sob seu véu se escondem mistérios incompreendidos e sonhos. Sei que apenas um pouco de você nunca é o suficiente - e nunca será - e porém ninguém lhe quer tampouco em excesso. 

Agora que tudo está arruinado lhe faço companhia de boa vontade e não te ofendes? Sabe que não se trata de escolha ou de proposta: Estou contra minha vontade e não lhe escondo isso.
Agora que tudo está arruinado você acha graça.
Agora que tudo está arruinado.

Tudo que lhe peço é que cubra minha fronte com seu manto negro e me deixe fugir. Nos encontraremos em outros lugares e em outros tempos e retornarei sempre que puder. Sei que não fará isso, és egoísta e solitária e roubastes os brilhos de meus olhos para ti já que as sombras apagam os seus.

Está tudo bem, ao teu acaso, resguarda alguns e escraviza outros.
Prefiro escolher por conversar, uma mentira que nos faz amigos e não rivais.

25 de out. de 2010

Selfish~

Todos nós temos uma música, um tema, um som, um sentimento que transborda e nos faz ter que expô-lo em algum lugar. Todos nós temos essa grandiosidade dentro de nossos pequenos corações e procuramos não nos sufocar com esses pensamentos. Todos nós buscamos nosso melhor em nosso pior, nossa esperança em nossa desgraça e nosso alívio em nossa dor... Pois as coisas positivas vêm em impulsos naturais e - são muito bem-vindas - não possuem a necessidade de apresentações formais. Não queremos moldar todo o mundo para nossa caminhada mas queremos que nosso mundo tenha nossa cara, nosso espírito, nosso estilo. Todos nós temos uma música, um tema, um som, um sentimento que nos faz parar e um que nos faz seguir adiante, que nos faz escrever, pintar, desenhar, pensar, sorrir, caminhar, correr... Nos expressar, nos iludir, nos esconder, nos libertar...

Todos nós temos um momento, um traçado, uma linha, um seguimento. Todos nós temos uma necessidade, um desejo, um sonho, uma fuga, um abrigo. Todos nós temos escapatória, soluções, desculpas, tolerâncias. Todos nós temos ambiguidade, indecisões, preocupações, ceticismos.

Todos nós temos amigos, dores, animais de estimação, móveis. Todos nós temos um mundo dentro de nós, todos nós já nascemos universo antes de sermos adultos. Todos nós fizemos promessas de não esquecer, de tentar, de desistir, de evitar. Todos nós já roubamos, já roubamos abraço, beijos, balas, carinho, xingamentos, ira. Todos nós cansamos, cansamos as pernas, os braços, o corpo e a mente.

Todos temos um eco, um sussurro, um segredo, um abismo. Todos nós temos um apoio, amigos, família, escudo. Todos nós temos chantagens, conversas, lutas, brigas. Todos nós amamos, odiamos, repudiamos, desencorajamos. Todos nós erramos, tentamos, acertamos, reclamamos. 

Todos nós persistimos,
Todos nós desistimos,
Todos nós ultrapassamos,
Todos nós detemos,
Todos nós tentamos,
Ninguém se importa.


O que faz você diferente de mim?
O que faz de mim diferente de você?
O que faz de todos outros?
O que faz do além fronteira?
O que faz do sonho metáfora?
O que faz da promessa garantia?
O que faz do tentar acordo?
O que faz da lágrima descaso?
O que faz do dia padrão?
O que faz das noite descanso?
O que faz do medo insônia?
O que faz do ninguém descaso?

Todos nós somos carne e ossos, coração e espírito.
Todos nós somos busca e satisfação.

Todos nós somos nós.
O que faz de você apenas você?
Todos nós somos tentativa...
Me diga o  que esperas,
se ninguém se importa .
Me diga contra que blasfemei,
se ninguém se importa.
Me diga  com que te importa,
se ninguém espera.
Se ninguém pára
Se todos correm

O que faz de fim começo?
O que faz de singular universo?

Eu, parte de muitos, parte do todo.
Todos, parte de ninguém, anonimato e descaso.


22 de out. de 2010

Envelheço na cidade~




Todos temos uma trajetória, um legado, ele se baseia em heróis do passado, em músicas que gostamos ou em artistas que idolatramos; e todos nós vivemos por/nesse (esse) legado -  seja diretamente ou de um modo mais minucioso. Alguns estampam faixas e cartazes com feitos e datas e outros simplesmente comemoram em sua paz de espírito, da mesma forma que muitas pessoas cantam suas dores para o mundo enquanto outras sofrem em silêncio (altruísta/egoísta??). Os modos como cada um recebe um elogio, uma reprovação ou um convite refletem muito o que a pessoa vê por legado


Deixamos um rastro - apenas nosso - em nosso simples ato de viver, nosso suspiro, nossas lágrimas, nossos pesares e em nossas gargalhadas (muitas vezes mais de um ao mesmo tempo); esse rastro é como uma pequena pedra arremessada ao acaso em um lago, gesto singelo se visto que nesse lago existem milhões de ondas criadas por outras bilhões de pedras. Isso não muda em nada o valor do seu legado, cada legado tem sua própria importância e deixa seu próprio e único vestígio. Cada legado deixa sua marca, mesmo que confusa e distorcida pelas outras ondas da vida, e essa pegada é a marca de que fizemos nosso melhor, vivemos e sobrevivemos.

Esse lago de superfície cristalina está, às vezes, em conflito e - poucas vezes - em paz. São as guerras dos outros interferindo nas nossas, o cansaço, a decepção, as mentiras, as dores, as angústias... São todo um redemoinho de confusões e obstáculos enquanto afundamos dentro desse lago do viver. 

As vezes desistimos - não somos perfeitos. Afundamos lentamente saboreando cada parte dessa jornada, nos deixando ser abraçados pelo calmo véu do silêncio; ele nos conta estórias e nos faz dormir de modo gentil enquanto descemos para o desconhecido. As vezes nos enfurecemos e debatemos - não somos perfeitos - e engolimos em seco a fúria e a dor. Mas ninguém é perfeito e isso não é desculpa para não tentar. As recompensas vêm de esforços e - sim, é verdade -  o mundo não é um lugar muito bom só pelo fato das pessoas simplesmente ter isso como regra. Na verdade o mundo é feito das cores que escolhemos para ele. Pessimismo e otimismo são distorções - preconceituosas - do que é real.

Todos nós afundamos às vezes, gritamos às vezes, lamentamos às vezes - senão muitas vezes -  mas isso não pode diminuir o nosso legado, nossas conquistas e nossas qualidades. São nossos frutos, o símbolo do que somos, do que fizemos e do que sonhamos.

Um homem é aquilo que ele ama.

No decorrer de nosso trajeto, de nossa caminhada, nos confrontamos com escolhas difíceis: certo, errado, ética, orgulho, egoísmo, altruísmo... E todas essas escolhas geram confusões e definições erradas de quem nós somos. Somos o que amamos, o que pretendemos, aquilo pelo qual lutamos todo dia, pelo qual choramos, pelo qual sangramos e pelo - por que não ? - qual rimos também. Digamos que esse esforço seja um cabo de guerra, algo com valores, porcentagens... 50-50... E de uma ponta fique o egoísmo e na outra o altruísmo, vivemos sempre em conflito com esses dois lados sendo que os dois no extremo são prejudiciais para quem quer que seja. Temos que equilibrá-los, saber doar e saber cobrar. Temos que lembrar que mesmo pequeno, nossos atos, nossas ações, nossa vida e nossos costumes se refletem neste lago e moldam nosso destino. Ao sermos egoístas nos protegemos das guerras alheias e ao sermos altruístas tornamos este lago um lugar melhor de se viver -  e de certa forma estamos fazendo isso para o nosso bem, afinal todos queremos um lugar melhor para se viver e repousar as pernas cansadas, a mente gasta e os olhos enevoados -  e de outro modo ao sermos egoístas machucamos quem nos quer bem, nos fechamos para quem quer nos ajudar e ao sermos altruístas esquecemos de cobrar, esquecemos de nós mesmos e perdemos nossa singularidade - isso quando exagero. 

Quem me acompanha de longa data sabe que sempre quando posto alguma coisa sobre meu aniversário eu uso esta imagem de capa. Pra mim ela representa tudo o que a data simbólica de nosso aniversário significa: Seu esforço do viver, sua trajetória, seu legado lembrados em pequenos gestos, pequenas atitudes, em um recado, um beijo, um abraço ou um simples "oi". Pequenas coisas que nos faz seguir adiante, mais fortes, confiantes, com força e desejo para poder aguentar/viver mais alguns (tomara que muitos) anos que estão por vir. Porém temos que ter sabedoria de saber diferenciar quando o esforço é sincero ou quando se aproveitam da situação para serem avarentos.

Agradeço do fundo do coração as pessoas que lembraram desta data que significa muito mesmo. Eu desejo a elas o mesmo que me foi desejado, felicidades, sucesso, amizade, carinho, força. Agradeço aos recados por mensagens logo de manhã cedo, agradeço pelos telefonemas, pelos recados na internet - tanto por orkut como pelo msn e até algumas passadas rápidas pelo G-Talk - e pelos em pessoa. Agradeço às pessoas que saíram de seus afazeres só para dar um "oi" e -  não menos importante - às pessoas que estão com muitos afazeres e gostariam de estar por perto para conversar e rir, um abraço também para os conhecidos que não tenho muito contato porém, ainda sim, prestaram sua homenagem de forma sincera. Para todas as pessoas mencionadas e ainda para as que ainda irão me felicitar o meu singelo e humilde muito obrigado, mesmo.

Feliz aniversário
Envelheço na cidade
Feliz aniversário
Envelheço na cidade
Feliz aniversário
Envelheço na cidade~ *canta o pequeno gato segurando o pequeno bolo*



14 de out. de 2010

Entardecer

Criatura enferrujada

Eu sou o entardecer

Guarde seus braços 

Eu sou o entardecer

O frio já vem

E mais tarde do que desejas

Eu sou o entardecer


Cultivas o tempo dentre seus dedos e em suas cicatrizes empoeiradas sem se importar. O frio virá - você previu isso - mas virá tarde, até lá terá de conversar com a paciência. Diálogo esse que resultará em desordem, sua frieza irá testá-la e logo o tédio virá buscá-la e levá-la para longe de ti, criatura enferrujada. Mesmo que não se importe sei o quanto te incomoda ser repouso para outras vidas, ser um peso de suporte ou escoro para desgraças que não lhe pertencem. Não se incomoda mais, apenas fita o chão - a variação da sombra e seu passeio de um lado à outro. Já cansou de contar as vezes que se importou, não? Já cansou de contar as vezes que espantou os corvos que insistem em pousar sobre seus ombros dourados e desgastos pela chuva, não? Já cansou de tentar se levantar para dar uma volta, não? Mesmo que tenhas cansado eu sei que os números lhe vêm à mente intrusos e penetras. Foras feito para isso e sei que não me olhas nos olhos por pela maldição que carregas, criatura enferrujada. Vim apenas por obrigação, mandaram-me para fazer o que previstes a longas eras. Eu sou o entardecer. Eu duro a eternidade. Entrarás no desespero antes que eu vá e o frio chegue, mas disso sabes também. Aguardar é sua sina, sua única saída e sua maior desgraça... Isso passará de forma lenta e árida. Você não ficará muito diferente após o entardecer, sua essência será a mesma. Sua garganta ficará mais seca e suas pernas mais fracas - após o entardecer.
Criatura enferrujada, serei eu alguém mau? 
Trazendo-lhe notícias e pesares de outros tempos. Trazendo ventos de outros lugares e suspiros de outras horas. Vim para compartilhar os últimos tempos, antes do frio. Sei que não se importa com isso, tampouco se importa com o todo, criatura enferrujada. Está a muitas eras sentada a escrever na areia suas dores e seus desejos, os corvos as lêem e cantam em desprezo e vós retribui com o silêncio. Pensar não é mais algo doce e sublime, seus sonhos já foram distorcidos pela angustia e seus pesadelos se dissiparam como um mal-estar passageiro. Já fizestes o que tinha de ser feito e isso não lhe tomou o tempo necessário, agora és inútil e estamos apenas no entardecer. 
Tantos se recusam a viver, tantos se recusam a ver. Tantos se recusam a morrer, tantos se recusam a ouvir. Tantos se recusam a dormir, tantos se recusam a sentir. Demasia não lhe atribui idéia alguma, não? 
Pegas uma pedra e arremessa na água, contas as ondas e as aguarda cessar por completo. Pegas uma pedra, mas as ondas são iguais. Pegas uma pedra e não se importa, os corvos cantam e todos morrem da mesma maneira. Pegas uma pedra e se inutiliza, transforma-a em areia, isso demora mas não tanto quanto gostaria, não? A areia lhe contara todos os segredos que tinhas para saber, a água lhe tirou todas as pedras que eram seu passa-tempo. 
A velha mentira já lhe tirara tudo, não? Veio e lhe tomou o que eras seu, não? Arrancou seus olhos de vidro para que não precisasse ver o que não queria. Desenhou um sorriso, grande e claro, em sua face de latão para que estivesse sempre alegre. Tirou os parafusos e porcas de seu tornozelo dizendo que não precisaria caminhar mais para tão longe. Condição. Agora terás de suportar o entardecer sentado e imóvel, podendo apenas caminhar alguns poucos passos, mas desististes disso, não? 
No começo gritastes em protesto, estou certo? Suas entranhas produzindo ruídos e sons para aliviar sua tristeza sem lágrimas. Não foras feito para isso, não estou certo? O novo lhe tirou partes importantes. Agora seu interior range em desarmonia. Antes você suspirava, não? Desabafava e cuspia ruídos incomodado. Agora que desististes de tentar está todo enferrujado e sons aleatórios soluçam em sua garganta. Tentastes controlá-los, não? Mas isso já faz muito tempo, criatura enferrujada. Agora a desgraça te abraça e leva parte de sua pintura, ela te acaricia como uma mãe cuida de seu filho predileto. Este é todo o carinho que terás no entardecer, após isso vem o frio.
O sol mergulha no mar derretendo-se no horizonte, separando-se em milhares de fagulhas vivas, dançarinas. Tudo é um só, dourado. Cenário, areia, pedras e você, criatura enferrujada, tudo um só. Eu sou o entardecer, vou mantê-lo aqui... Até que o frio chegue. Ele vai chegar, você sabe, mas irá demorar um pouco e, até lá, terás de se contentar com a areia em suas juntas e o gosto amargo da desgraça e do tédio.

27 de set. de 2010

De novo.

Todo processo é processo quando previsível, nos deparamos então com agoniantes novidades. Nos fazem regurgitar memórias e sentimentos e, quando nos damos por si, estamos nadando naturalmente em um novo fluxo de viver. A adaptação é uma das ações da roda do destino e todos passamos por tais provações. Alguns se vêem obrigados a tomar sérias atitudes, outros entram no desespero e no abandono, muitos desistem ou evitam e poucos gravam na carne as cicatrizes de seus encontros e lutas.

Todos evitamos o confronto com nossas premonições, com nossas visões, nosso querer e nosso saber. Todos evitamos desvio de percurso e trilhas desconhecidas. Todos evitamos, alguns enfrentam e outros não. É comum temer o que não se conhece e por mais clichê isso é fato, não é nada anormal: Prefere-se o seguro do conhecido pela maior probabilidade de sobrevivência (seja ela física, mental ou social).

Então vem o exagero: Põe-se de joelhos na escuridão recitando cada frase da sua música favorita, lembrando cada raio de sol de um verão vivo, suspirando alegrias que já a muito se foram e bebendo o próprio descaso. Então vem o exagero: Põe-se de pé diante do fogo que lhe cerca blasfemando contra cada inimigo, afirmando que nenhuma gota de chuva pode lhe derrubar, cuspindo xingamentos e maldições e mordendo a todos.

O novo é uma arma. O sempre é uma arma. Todas à seu modo. Alguns lutam melhor com o tédio, já outros vivem para aprender o novo de novo. 

E quando tudo é um só e um só se torna seu tudo? E quando sua maior arma é seu maior veneno? 
Se lhe fere a alma isso lhe perturba? Se, por algum infortúnio, ela te transformar em uma alma sem cor?
Morderás seus opositores como promessa a si de conforto?

Essa é o gume de sua lâmina! Oh, o Novo! Permita lhe servir como vós me serve? Como recompensa lhe empunharei, prometo! Mas lhe peço, adorado Novo: Não leves eu mesmo de mim. Meu estado e meu agora, meu sempre e meu talvez. 

De suor sagrado todos escrevem em seu livro santo. De sangue alguns lhe pagam tributo. Eles lhe rogam para que tire de suas vidas o mundanismo que corroe nossos sonhos! Apesar de não ouvir a todos, eles lhe rogam. Todos lhe rogam, sem trair o sempre e os sonhos eternos. O desespero deles lhe pertence, mas infelizmente lhe confesso: Estou em segurança e lhe sorrio de modo sombrio e prazeroso - estou sobre ti, acima do acaso, degustando o ciclo. 

O que vem depois?

Que tal viver o agora?!

Não se adiante no desespero, deixe seus sonhos acompanharem-te lado-a-lado. Ande devagar e com passos firmes, aproveite o sol e a sombra, deleite-se com a água fresca e depois retorne para sua guerra: Todos nós enfrentamos o novo e todos nós vencemos em cada respirar, em cada sentir. 

Continue lutando,
Continue sonhando,
Continue vivendo,
Sem olhas para trás...

Continue voando,
rogue por quem lhe quer bem
e pelos que te odeiam...
Acima.

Nas suspeitas se encontram as fraquezas,
Nos medos residem sua desgraça,
Não blasfeme contra si-
Viva e deguste a sua própria bílis. 

Não perca tempo rezando se cospes no ídolo,
Corra e morra,
Pule degraus-
Invista em si.

No fim... Lá vem o novo - de novo.


17 de set. de 2010

s, e & t

O esforço que nos leva à glória ou a desgraça possui um preço bem alto, algo como uma força natural que faz equilibrar o esforço/recompensa. O innatura seria uma recompensa 50/50 esforço porém isso não funciona em total equivalência - algo em torno de 1/1.7 . Então temos dias difíceis... Ah! Como temos... 
Dentre todas as leis e regras as normativas sociais são umas das mais intrincadas, esperamos que ela funcione como a física comum (toda força gera uma força equivalente e oposta) mas ela é de veras arbitrária - ou demasiada complexa. Seria como um emaranhado de fios se entrelaçando para formar um caminho - mesmo que caótico - para alguns objetivos... Me pergunto o motivo deles não serem retos e ordenados e então a resposta vêem como um reflexo muscular tamanho o óbvio contido nela: As pessoas não gostam de fazer o que deve ser feito, isso dá a ilusão que estão fazendo algo que não querem. Querer e poder são coisas totalmente diferentes. Já ouvi muito isso - várias vezes vindo de mim mesmo - e me pergunto se não há um quando em que ambos se unem e a resposta veio clara novamente: Quando suas obrigações estão ligadas aos seus sonhos. De certo modo muitas de nossas obrigações estão ligadas com nossas vontades, simplesmente pelo fato de que são um desafio que temos de superar enquanto trilhamos nossos objetivos, enquanto esculpirmos eles em pedra bruta tudo será nobre. 

Mas se nossos sonhos forem de veras egoístas?

E se nossos esforços são em vão?

E se assim for por um tempo maior que sua força de vontade?

Seria de todo errado fraquejar?

Perguntas retóricas sempre levam à mais perguntas. Muitas vezes me pego questionando o fato de ser auto-suficiente... Sobreviver por conta própria é uma qualidade ou um defeito? Afinal. se a sociedade é uma rede intrincada não estarias sendo marginalizado? 

Uma senhora de idade de muito bom gosto e de uma sabedoria plena - que cuidara de mim em meus dias de infância - sempre me indagava: Se o palhaço lhe fazes rir, quem alegra-o quando em dias de tormenta?[...]No fim das coisas, somos sempre nós contra nós mesmos. 

Todos temos nossos sonhos particulares, contamos eles para poucas pessoas e esperamos que elas dêem o mesmo valor à eles. Mas gostos e amores são dádivas egoístas e temos elas apenas em nosso ser único e indivisível. O que podemos fazer e mostrá-los como quem mostra sua moradia bem arrumada ou um trabalho manual feito com esmero e carinho. Mostramos com um sorriso no rosto como quem revela seu maior medo ou sua maior alegria. Elas são resultados de nossos esforços mais íntimos: Nossa luta contra nós mesmos. Eu venci!

Nos superamos, nos ajudamos, nos questionamos, nos levantamos... 

E se seus sonhos envolverem outros? 

E se seus sonhos dependem de outros?

E se seus sonhos morrerem?

Perguntas extremas nos levam à escolhas difíceis. Muitas vezes elas são o parar e observar. Isso machuca muito e é difícil para qualquer um manter-se são vendo as coisas desmoronarem em ecos de raiva "Não faça nada!!" e de repente as escolhas não são suas. Ir levando, deixar estar... São - em meu ver -  as escolhas mais difíceis (mais do que despedaçar seus sonhos para começar do começo).

Talvez a recompensa realmente venha. Provavelmente ela está vindo, apenas um pouco atrasada. A velha senhora me falava várias coisas e uma delas me faz querer viver todo dia: Quem vive verdadeiramente tem a verdade lhe batendo a porta como um bom vizinho que lhe veio dar as boas-vindas. Sendo ela amarga ou doce, saboreie de forma plena e justa.

Talvez seja apenas um dia ruim;

Talvez seja por estar doente, exausto e cansado;

Talvez seja pelo esforço redundante;

Talvez seja tudo isso... É apenas um dia difícil e logo logo, tudo estará ao sabor do vento... Pelo amor ou pela dor. Ela costumava dizer isso... Minha querida guardiã, minha avó adotiva.

O que eu sei é que está sendo um dia muito difícil - mesmo pra mim -  e, mesmo que seja um tanto egoísta, me vejo em protesto.

Me disseram "você se cobra demais". Talvez seja isso também.