29 de dez. de 2010

Aviso

Só gostaria de deixar aqui minhas desculpas. Prometi um post retrospectiva, mas por causa de certas coisas que me aconteceram ultimamente vou ter que deixar as pessoas que acessam o blog na mão. Peço desculpas, sei que são poucas, mas valorizo quem doa um pouco de seu precioso tempo para ler meus pensamentos e críticas.

Eu comecei um post de dicas de filmes só que devido ao gigantesco tamanho dele tive que fazer aos poucos - realmente não achei que ele ia ficar tão extenso. Então como todos irão para suas festas e viagens de final de ano, decidi deixar a dica cultural para o início do próximo ano (algo como post do ano novo).

Neste meio tempo o blog sofrerá uma reforma visual e estrutural. A proposta do blog é unir várias cabeças pensantes e suas idéias em um lugar único (qualquer um é bem-vindo para ser autor neste blog, qualquer um mesmo) onde pudesse achar variadas opiniões de diversos assuntos. Mas o pessoal que iniciou o projeto simplesmente debandou, então estarei retomando o blog. Estou pensando em mudá-lo visualmente mas ainda não sei o que eu faria (gosto muito do visual dele, demorei pra montar), que identidade eu daria à ele, cores, enfim... Por isso, esse é meu até logo às pessoas que passam por aqui e sairão para viajar e/ou festejar. 

Eu realmente agradeço a todos que vêem prestigiar este espaço. Não, isso não significa muito pra mim, não serei hipócrita... O que significa muito pra mim é que existem pessoas com boa vontade de dar um pouco de sua atenção à informações novas e/ou divergentes, pessoas que querem entender,ouvir e ler; pessoas interessadas. Isso é raro em tempos onde o que manda no mundo é o Fs, o alt+tab e o ctrl+tab.

Talvez eu poste algo até o final do ano, só nao garanto nada.

23 de dez. de 2010

The th(k)in(k)g(s) you h(r)a(re)t(h)e al(l)m(l)ost!



 Ontem acabei de assitir um filme que começei a ver fazia muito tempo, Greenberg (O Solteirão), e fui enganado pelo título em português... Quando o vi jurei que era uma espécie de comédia romântica, algo sobre um cara sem valor que encontra uma garota e tenta não ter um relacionamento sério... Apenas mais um filme de seção da tarde. Para minha surpresa (e felicidade) o filme, na verdade, mostra as relações humanas e o quão banal a vida pode ser... Um filme que não leva nada a lugar nenhum porém um ótimo filme, cru, limpo, reto, verdadeiro - me lembra muito os filmes do começo da carreira do Ben Stiller (protagonista).

 Ele fala das relações e de como as pessoas complicam elas, fala dos sonhos e de como as pessoas banalizam eles, falam das amizades e de como as pessoas são egoístas, mostra que o mundo não é justo mas é seu e sempre se tem tempo para tentar mudar tudo com um pouco de esforço extra. Então notei o abismo onde as pessoas botaram o mundo, nada tão apocalíptico - algo bem banal mesmo - e não vou dizer coisas como na minha época ou são todos assim pois isso seria mentira - ainda é minha época e existem exceções, porém são poucas, muito poucas. 


 No meu e-mail recebi alguns spams e tive que rir de um que falava sobre o horóscopo (o meu, de libra) o seguinte: Frase que mais odeia ouvir O mundo não é cor-de-rosa. Eu ri apenas pela coencidência de realmente ser a coisa que eu mais odeio ouvir. O mundo realmente não é cor-de-rosa mas ele também é cor-de-rosa pelo simples motivo que: O Mundo tem as cores que VOCÊ pintar. Mas é um pouco mais complicado que isso, não? Se trata de uma pintura feita por vários (bilhões) de pintores, alguns anônimos e alguns famosos. Podemos fazer nossa parte, mesmo que pequena, e deixar o mundo com cores agradáveis ou apenas colorido - pois não podemos agradar a todos, mas o importante é não pintar com cores que prejudiquem os outros. Ninguém é monocromático e, se o faz, está apenas escondendo sentimentos - mentido para si mesmo.

 Pensando sobre cores belas e cores - teoricamente - feias, recordei de um episódio dos tempos de escola: Cada aluno teria que escolher uma cor e fazer uma composição usando apenas variações daquelas cores. As cores que mais me agradam são o verde e o azul, porém sou muito fã do preto (e cinzas), só que foram as cores que 80% da turma escolheu para trabalhar e ser apenas mais um é algo que não combina muito comigo. Então dei uma volta pela sala para ver que cores estavam usando... Vermelhos, rosas, amarelos, azuis e verdes... Sentei em meu lugar e esparramei o estojo de lápis de cor sobre a mesa, fitando-o por um certo tempo. Eis que eu vi: o marrom. Eu tinha um marrom que se assemelhava ao vermelho (cor de tijolo), ao amarelo (próximo do dourado) e ao preto (marrom bem escuro, ébano), entre as outras variações do marrom. Percebi então que era a cor com mais variações tonais que eu possuía e que realmente seria muito divertido usar toda a gama que eu possuía.

 Pus-me a criar uma composição abstrata de linhas e círculos e usei todas as variações no máximo de combinações possíveis e com isso ganhei um 10 e um Ooooohhhh! pela surpresa de como uma cor feia poderia fazer um trabalho tão bonito.

 Eu vejo todo dia as pessoas menosprezando certos sentimentos ou situações por julgar que elas são negativas  ou feias. Na verdade elas estão aqui para nos ensinar o que temos que aprender com ela, sendo a dor, a raiva, a tristeza... Não esotu dando aquele discurso - o qual também odeio - de que apenas através da dor se aprende ou apenas errando se vence. Estou apenas dizendo que: Cada qual tem sua função, sua beleza e a hora de agir.


 Nossa vida e nosso caminho são compostos de diversas cores... Todos usamos de todas as cores que temos, alguns enfocam mais umas do que outras, mas isso não faz que elas deixem de existir ou que sejam ruins. Temos que valorizar as cores que gostamos e respeitar as cores que nos completam, todos temos cores, amores e sabores... Mesmo que negando ter um vermelho ou um índigo, não pode fugir do fato que pelo menos uma escala tonal daquela cor você tem... É só olhar direito.

 Eu sei que estou cansado... 
Não fisicamente...
Não mentalmente...
Estou simplesmente cansado e sem vontade.
Cores usadas de forma errada... Na hora errada... Ou abandonadas... Disperdício.




17 de dez. de 2010

O velho sentimento de ano novo

Estava conversando com um amigo sobre o ano de 2011 que está por vir - e praticamente reclamando desse maldito ano que "está acabando" (vale lembrar que nosso calendário não é exato, "certo", então não se apeguem à essas medições, ok?) - e divagando em como ele seria a mesma coisa: Vai saber, planos... Vai que viajamos, vai que morremos... Vai saber! Então eu tive que dizer: Não! Eu pensava isso ano passado! Acho que nesse ritmo vou viver pra sempre.

É engraçado de como uma linha, uma marcação, uma delimitação nos traz esperança. Sabe, nosso calendário é errado, então tenha sempre em mente que por não ser exato faz dessa marcação algo mais simbólico do que matemático. O dia primeiro de 2011 vai ser mais uma data qualquer, sabe? O cosmos continua seu fluxo, raios gama atravessando a galáxia, a Lua girando, a Terra se movendo e tendo sua temperatura aumentada, seus polos magnéticos desestabilizados... Enfim, vejo essa comemoração de final de ano como uma festa à fantasia com tema de piratas feita em um barco afundando no mar. Veja só: Estamos botando narizes de palhaços para termos motivos para rir, e no ano que virá as coisas irão apenas continuar. Afinal, é disso que se trata o ano novo, não? Continuação, não  recomeço. As pessoas recorrem ao recomeço mais pra esquecer os erros do que para traçar projetos novos ou para tentar salvar o mundo, ou - na maioria das vezes - pra ter a chance de errar de novo, persistir no erro com a esperança que dessa vez dê certo

Uma outra coisa também acabou provando o quanto as pessoas precisam mentir pra elas sobre a santidade de certas datas ou de alguns rituais como jantares em família; Uma amiga minha teve de ouvir que, por ela ter os pais separados, ela não gostava do natal por nunca ter tido uma família pra compartilhar a seia, pobrezinha. Bem, eu dei risada, uma das coisas mais idiotas que eu já ouvi: Existe uma fórmula para você ser humano que consiste em um pai, uma mãe, irmãos, se possível tios e avós e todo mundo tem que comer carne e ser católico... Viva! Olhar Big Brother e novela! Ahhhh... Se soubessem da origem do natal. Prometo postar aqui quando achar fontes confiáveis, ou vão na wikipédia e dêem alguns hyperlinks, vão encontrar coisas bem engraçadas.

Mas não culpem a mídia, o comércio - ou o governo, Deus - pois eles apenas estão atendendo à demanda. É como culpar um livro ruim que é muito vendido, culpe quem compra. Enquanto temos décimo terceiro podemos festejar e até gastar um pouco a mais no final do ano - mesmo que alguns tenham no seu íntimo que seu dinheiro está reservado para as contas, ninguém é santo ou máquina para não dar uma estravazada - pois o governo está cortando essa mordomia para aumentar o salário deles. Poderíamos criar um jingle natalino disso, não?

Só vamos ter um pouco de boa fé e, na hora das retrospectivas, lembrar dos políticos que votaram pelo aumento de seus pobres salários (que passam brincando a faixa de 100 mil reais), lembrar dos bandidos gente boa das favelas (afinal bandido tem seus direitos - mais que quem não é), lembrar que um preso recebe dinheiro para ficar preso e cuidar de sua família, pobrezinha (imagina as pobres famílias de quem não rouba), lembrar que roubaram nosso dinheiro e as pessoas acharam uma ótima idéia eleger eles novamente (claro pior que tá não fica), lembrar que o Maluf sempre confiou na justiça (sim Maluf, quem não confia nela sou eu - Maluf mesmo com ficha suja recorreu e foi eleito), lembrar que triplicaram a dívida interna pra pagar a externa e, depois, se endividaram de novo! Ah! Tanta coisa pra recordar!

Prometo fazer um post retrospectiva - tanto da minha vida quanto do Brasil.

Bem, no final de ano eu sempre acabo na boa e velha música do Bidê o Balde - Mais um dia sem ninguém, que diz:

"[...]Mas é tão bom gritar:
Mais um dia sem ninguém!
Nunca me senti tão bem!
Mais um dia sem ninguém!
Pena que vai acabar![...]"

Façam um projeto bem fácil: Peguem um papel, é bem rapido, e façam uma escala na vertical o quando a gente se deu mau (uma escala simbólica) e na horizontal os meses do ano que está acabando e faça um gráfico improvisado criando pontos e ligando eles com uma linha... Então você pega essa proporção padrão que esse gráfico improvisado gerou e continua! É, isso é 2011! Continuação! O novo, de novo, legal né?

15 de dez. de 2010

Common State of Inner Violence

 Write within flesh and bones, write with blood and anger, write with wrath and chaos. Your pourpose died between your dreams and your debts - now your soul will crawl under the cold skin of the dammed life's fog. Don't lie! Don't lie! This is not a misunderstood! This is you chaos!
Write with no fingers, write with your tong and cut it off, spit it over the cross and blame yourself until the end. You've created a party and wasn't invited, grabbed your pillow and burned it. You've been chased for example, you've been aimed for fun. You seek happiness and joy eating gloom and void. From all the curses, from all the disasters, from all those misinterpretations and social anomaly for one you wasn't prepared: You common state of inner violence!
Shattered, devised, divided, divined... Infinity dark flow... Maelstrom of  nightmares, déjà vu of blasphemer. Black seeds, dark roots, inner cords, suffocated wrath... Burning your skin backwards, bringing the past to future and vanishing the present - your soul is twisted and your mind is obfuscated. Now you engage the final truth, now you engage the worst scheme, now you engage the twisted nether, now you engage yourself dammed and modified. Cement down trough your throat, caffeine for asleep, poison for the living, water for the porks. Undead creature, lied and tortured, can't find enough wrath, enough blood. Rusted creature, seeking answers, seeking answers... Nowhere to find them. No way to run, closed doors. They tried to kill and instead poisoned your heart. You committed suicide. You committed suicide. You committed suicide. You committed suicide. You doomed yourself to save other. You're a fool - a dead man walking. You're a fool - a true believer. You're a fool - a dreamer. Now white the sinners rest in peace, swimming in their sins, you will haunt your shattered memories, you will curse yourself and your dreams, you will bury them under six feet, you will burn them inside your angered thoughts. You can't release the gore, you are cursed - sealed besides the pain, the destruction; between crossed fates, between mad visions, between suffer and void. Time will watch over you, counting your endurance. Even don't believing in your eyes, even if you don't trust on them anymore, even if your lips betrayed you... It isn't over yet~ Ready yourself for the worst. Guard your trust and avoid the killing lust, if you hear your sins your wishes will become true. Engage yourself... Engage your common state of inner violence.

13 de dez. de 2010

Segunda-feira nada Segunda-feira


De todas as segundas-feira creio que essa realmente se superou: frio, chuva; ótimo tempo para se ficar em casa e dormir até tarde, ler um bom livro - relaxar. Acho que arrumaram errado a escala de dias e um possível domingo frio e chuvoso para descanço dos amantes de filmes e livros se tornou uma segunda para testar o seu sono e sua paciência. 

Antes que me entendam errado: Eu realmente gosto de dias como esse. São dias perfeitos, se pode ficar aquecido com poucas peças de roupas, não faz calor, você pode assistir qualquer filme em um dia assim, guloseimas caem muito bem num dia como hoje, não faz calor, dias nublados tornam o verde das árvores mais profundo - eu já falei que não faz calor?

Mas alguém se enganou seriamente, talvez devido à algum feriado no setor místico-galático o domingo virou segunda. E agora? É um daqueles dias em que sair debaixo dos cobertores, edredons, mantas, se torna um esforço sem tamanho(domingo?), um dia em que se conta as horas para apenas relaxar (sexta-feira?), um dia que se está entediado pela falta de algo (quarta-feira?), uma data onde pareçe que o pior já passou (terça?), uma sensação estranha de que ainda se tem muito tempo para descançar (sábado?) e de que logo logo tudo acaba (quinta!). Tudo menos segunda-feira. Esta realmente não se pareçe nada com uma típica (ou até mesmo atípica) segunda-feira. A única coisa que ela se pareçe mesmo com qualquer outra segunda é a insuportável sobrecarga de trabalho. Não é estranho como toda segunda-feira pareçe infinitamente cansativa? E nem se dá tanto pelo ócio do domingo - meus finais de semana são sempre conturbados - mas sim pela avalanche de coisas para a semana.

Pobre segunda, é quem carrega o peso de todos os outros dias, um pilar que sustenta todo o esforço semanal. É quem leva toda a culpa dos desastres e mantêm-se calada. Nobre segunda, tem a terrível responsabilidade de superar as expectativas do maravilhoso domingo. Para quem viaja é dia de se informar, para quem trabalha no domingo é dia de reclamar, para quem apenas curtiu é o dia de voltar à rotina e para quem não se importa é o dia do descaso; pobre segunda.
Por isso deixo minha pequena homenagem à segunda-feira que, apesar de ser odiada por todos (e alguns mais) é o dia mais lembrado e mais importante de nossa semana.

Se você está meio chateado por ser segunda: Não fique assim! Use ela para projetar e traçar planos. Se deixar o tempo apenas para as reclamações ele acabará ficando chateado e tornará sua semana arrastada e lenta.

Tente algo diferente da impaciência rotineira: Saia (numa segunda? Claro!), assista um bom filme (o cinema é mais barato em segundas do que em domingos!), leia novamente aquele bom livro (ou ache algum autor novo e desafiador), ponha sabor em sua segunda e tenha certeza de que a semana será muito mais nutritiva.

Não é Garfield...?

Bem... Nem todos conseguem.

8 de dez. de 2010

Piada sem graça

Inundações, enchentes, queimadas, câncer, evolução dos vírus e bactérias, dívidas exponenciais...

Não tem mais graça...

Passos óbvios que são prelúdio do inevitável, ruína criada pelos próprios homens. Uma piada sem graça contada repetidas vezes e então todos se calam e se mutilam para continuar acreditando... Mesmo que já tenha perdido a graça. É uma velha estória que todos já sabem como acaba, é aquele velho conto que todos já sabem que é mentira, é aquela velha mania que todos já sabem se tratar de birra. É uma piada que já perdeu a graça.

Tinha graça quando se tomava Rádio (sim o elemento químico) querendo ganhar os poderes que a radiação supostamente trazia e curar-se de doenças. Tinha graça quando não se havia acesso à informação e tiranos subiam ao poder, nada podia ser feito senão marchas violentas e guerras civis. Tinha graça quando todos eram fadados a viver sobre a doutrina que seus pais lhe obrigavam a seguir, nadando na cultura local sem escolha alguma.

Não tem mais graça...

Catástrofes: pessoas lamentando da morte terrível de familiares - que ajudaram a matar. Roubos: pessoas reclamando da política de segurança - que botaram no poder. Mortes: pessoas choram os cadáveres do cotidiano - que pessoas mataram.

Todos ajudam com o lixo das inundações, com as bactérias e os vírus evoluindo cada vez mais... Mas é mais fácil eleger um culpado. Como poderá haver evolução sendo que seu sonho é ter 2.3 filhos, uma casa branca, um marido bem-sucedido para pagar as contas e um amante para fugir de si mesma? Como poderá haver evolução sendo que seu sonho é ter o carro do ano, uma boa casa, uma mulher que crie bem seus filhos e uma amante para relaxar?

Todos querem culpar mas todos querem ir pro inferno - para o céu requer muito esforço. Todos querem culpar mas todos querem que você escolha - escolher significa ter responsabilidades. Todos querem culpar mas todos querem não ter que admitir - erros sujam a própria alma e isso não sai com um banho. Todos querem culpar mas ninguém ajuda - a maior hipocrisia é apontar a hipocrisia alheia sendo hipócrita (mais fácil mentir e se fazer de vítmia, não?). Todos querem culpar e acabam se esquecendo que ele/ela está do seu lado.

Não tem mais graça....

Incontáveis correntes com pensamentos positivos, frases de efeito e revoltas contra determinadas injustiças: Isso é o seu melhor? Textos e poemas que circulam o mundo tocando milhões de pessoas: Analfabetas. Protestos e vaias, reclamações e críticas: Hipócritas.

Ler os livros sagrados e não entender nada. Escutar os esinamentos e ouvir apenas o que lhe agrada. Aprender e se envolver apenas com o que lhe importa. Escolher caminhos e segui-los apenas quando oportuno. Falar opiniões e mudá-las quando pressionado. Sentir ódios e amores e menosprezar os alheios. Perseguir erros e justificar os próprios. 

Isso em nossas mentes - corações bombeiam sangue, apenas isso!

No fundo fica aquela coçeira da irresponsabilidade que você abraçou, fica aquela culpa lhe batendo no ombro cobrando velhas dívidas e para amenizar isso: mente, desvia, engana, manipula, modifica, foge, muda. Todo um esforço que podia ter sido usado antes... Antes que tudo desse errado... Antes que a essa piada perdesse a graça... Antes que o que você mais queria se tornasse ódio... Antes que tudo o que você mais queria te odiasse... Antes que tudo que você mais queria fosse odiar.

Não tem mais graça...

Então usa-se de sofismos... Músicas, conceitos, ditados, citações... Um passado que não é seu e que você tenta corromper para concordar com seu presente e construir um futuro. Colapsos culturais, trocadilhos mal interpretados, frases de duplo sentido, neutralidade e relativização: medo, escudo.

Cego: Não vê que ninguem se importará com seus problemas se você apenas se importar com que lhe agrada? Mudo: Não consegue entender que se todos mentem é por você esconder-se da verdade? Surdo: Não ouve o que a vida lhe diz e reclama quando não seguem seus conselhos?

Ninguém têm a obrigação de fazer nada. Pode matar quem bem entende, roubar o que bem entende... A questão é a consequência disso: Quer morrer? Ser roubado? Ser traido? Ser enganado? Ser menosprezado? Ser injustiçado? Sofrer? Então por que continua repetindo essa piada sem graça?

 Isso se torna ciclo... Isso se torna regra... Isso se torna cultural... Isso se torna você...

Se o Deus que você acredita realmente estiver "la em cima" eu não imagino outra coisa senão ele estar massageando suas têmporas enquanto repete descrente de que alguém vai ouví-lo: 

Não tem mais graça... Essa piada não tem mais graça.

* * *


Eu recebi uma corrente no meu e-mail que falava da suposta vantagem de se ter um amante e que todos deveriam seguir isso, foi repassado por várias pessoas. Eu não consigo confiar em nenhuma delas... Como alguém em sã conciência pode acreditar que enganar é saudável (e ser enganado é errado)? Isso não tem mais graça... Eu li hipocrisias de auto-afirmação de pessoas que eu sei o que fizeram. Vi pessoas falando de capitalismo e de consumo exagerado enquanto encomendavam cartões de crédito gold e compravam artefatos de decoração caros e exóticos. Ouvi pessoas reclamando da incoerência do mundo e vivendo mentiras. Ouvi pessoas dizendo que certos argumentos não valem para objetos diferentes. 

No final todos querem a mesma coisa:

Aquilo que querem, quando querem, como querem, até que ainda queiram. 

Pessoas mimadas, me desculpem se não estou rindo dessa piada... É que ela já perdeu a graça.