26 de jun. de 2011

Sim. hoje é o dia.

Hoje eu estou um tanto impaciente... Estou percebendo que vou passar sono, tudo por irresponsabilidade de outra pessoa. Muita coisa pra fazer... Tempo já contado. Eu me pergunto quando vou ter folga ou férias... De uma maneira bem chata e sem graça as coisa vêm acontecendo uma depois da outra, sem folga. Desde muito tempo correndo sem tomar fôlego, calculando sem tomar um suco, pensando sem vazio.

Poucas pessoas chegam a conhecer sua fronteira pessoal, eu já encontrei a minha algumas vezes. Não tem nada demais, apenas uma linha num lugar qualquer - não significa nada. Depois de algumas vezes cruzadas ela até fica apagada e desgasta. Ah! Mas como eu gostaria de um tempo para descansar. Não um tempo pra não se fazer nada... Mas para se descansar. O ritmo frenético em que estou andando não me deixa tempo nem para desligar

Dormir pensando na hora de acordar, comer rápido para voltar ao trabalho, receber e calcular o que não pode ser gasto - e não se surpreender  por ser tudo. 

Eu não quero o tempo, eu quero um tempo. Não quero ficar sem fazer nada, eu quero poder fazer uma coisa qualquer. E antes do querer vem aquela frase: Ah! Qual é?! Eu mereço! Mais 5 minutinhos!

Sempre alienado e marginalizado por vontade e índole própria, eu também não gosto da ideia de se desgastar e gastar a vida toda tentando conquistar coisas para um quando bem distante eu poder esticar as pernas num sábado qualquer e ler um bom livro sem ter que pensar em que horas tenho que dormir. 

É... Não tive sorte. Vamos soluçando vida e pigarreando blasfêmias. 

Títulos te levam à tempestuosa calma. Não quero mais um Obrigado!, mas também não vou martelar a cabeça de ninguém para ter o que eu quero... Será que não existe um bosque nem perto nem longe, com uma casa nem grande nem pequena, com um clima nem bom nem ruim onde possa se levar uma vida nem rica nem pobre?

Não pretendia conquistar nada, tiranos conquistam. 

Não pretendia buscar nada, perdidos é que buscam.

Não pretendia lutar por nada...

Apenas queria o que era meu, por merecimento. Mas notas não fazem currículo e esforço não faz competência... Não aqui... Não onde ligações sociais firmam destinos... Não aqui.. Talvez em um bosque longínquo....

Talvez...

Nujabes !


Não pude deixar de postar isso aqui, ignorância minha não conhecer o trabalho dele antes. É simplesmente fantástico!

25 de jun. de 2011

Antes, agora e depois.

Qual o gosto da morte?... Que saudosismo nos aguarda no total escurecimento do ser?... Existe descanso se não há esforço? Existe melancolia sem a nostalgia? O que vêm depois do fim?... Seria como uma memória de um dia bom? Seria como um gosto distante? Seria como as figuras disformes de luz que ficam em nossa retina?... Mas como isso se daria depois do fim?

Como é sentir o que não se pode ser sentido? Como é o vazio que não pode ser tocado? Como é a ideia que não pode ser concebida? Como se vê quando não se pode ver? Como é o onde onde até o escuro não existe? Como é não ter depois? Quando o tempo se torna nulo - como é dormir sem sonhar nem acordar? Qual o gosto do fim? Seria ele o oposto do gosto do começo? Mas eu não lembro do gosto do começo... Lembrar... 

O que se tem no fim? O que se espera na falta do recomeço? O que se perde quando não se ganha? O que se ganha que não se pode gastar? Descanso? Paz? Como vamos poder saber de algo que não conseguimos lembrar? O esquecer tem cor? O esquecer pode ser lembrado? Existe sabor no que não se pode mais saber?

Quando se amou, você consegue lembrar de como foi. Mas e se você não puder lembrar de como foi, você terá algum dia amado? Pode-se sentir algo pela primeira vez uma segunda hora? Se você esquecer do desabrochar de uma linda flor, todo desabrochar será o primeiro?

Se você aprende algo que já sabia mas esqueceu, você aprende de novo ou aprende o novo? Se não houver alguém para avisar do segundo tropeço, ele será o primeiro ou será redundante? Se você esquecer do mundo, o mundo será novo? Será ele seu? Será ele mentira? 

Podemos nos arrepender do que não sabemos? Podemos ser culpados pelo que não havia o que ser feito? Podemos viver se nos esquecermos? Podemos viver se esquecermos? Podemos esquecer se vivermos? Podemos esquecer de viver? Podemos viver esquecendo? Podemos viver do esquecer? Podemos nos emocionar com uma música repetidas vezes? Podemos nos contrariar? Podemos correr para o começo? Podemos?...

Como recomeçar onde o começo já se foi? Como recomeçar quando não há voltas? Como recomeçar depois do fim? Como colecionar fragmentos sem fim? Como repor o que não existe? Como prosseguir sem próximo? Como ler sem linhas? Como virar sem páginas? Como entender sem prólogo? Como se ludibriar sem capítulo? Como se expressa o vazio? Como se expressa o inexplicável? Como se explica o não conceito? Como se descreve o amorfo? Como se respeita o abuso? Como se pode perdoar a malícia?  Como se pode entender a intenção? Como se explica o ambíguo? Como se justifica o injusto? Como se expressa o erro? Como se completa o ininterrupto? Como se fecha o ciclo? Como se ajuda o tumor? Como se repara a ação? Como se muda o ato? Como se pára o que já se foi? Como se volta o que terminou?

Como se termina o que nem começou? Se escreve um fim... Mas e depois?