26 de ago. de 2010

Bom senso

Estive por muito tempo sem publicar nada neste espaço dedicado aos pensamentos e agonias de nosso grupo de amigos e confidentes. Agora venho - mesmo depois de todo esse tempo -  com uma nova proposta que gostei de chamar de multitextos. Explico: Como demorei a publicar algo e, mesmo com a falta de tempo, minha mente não pára de funcionar tenho várias coisas para escrever - embora todas elas tenham como centro o mesmo tema:  Bom senso. Quero apenas explicar e deixar bem claro - muito claro, aliás - eu estou com falta de tempo quando falta de tempo significa querer usá-lo com outras coisas. Sempre se há dinheiro e tempo, se trata apenas de com o que você está gastando ambos e lembrem-se: Não existe esse papo de indispensável ou normal. Gasta-se o tempo da forma que você escolhe... Sempre  escolha, mesmo que difícil. Se teimares em dizer que não há escolha então ficarei triste por vós pois está apenas mentindo para si mesmo. 
Tirei um tempo para escrever aqui e não pretendo fazer isso novamente em breve. Tenho muitas coisas para gastar meu tempo e não considero algo sadio deixá-las de lado para publicar textos "ao vento". 


Tempo

Dificilmente irei esquecer das palavras dita na palestra feita por Francisco Cuoco: "Sem tempo? O que você faz das dez da noite até as sete da manhã? Dorme?! Bem, a escolha é sua e não se queixe disso."
Refleti muito sobre e realmente me vi em uma situação muito parecida. Todos nós temos certas escolhas a serem tomadas e por preguiça acabamos por mergulhar no automático. Acabamos terceirizando nossas culpas e dizendo que não há nada mais a ser feito sobre determinado problemas... Errado. Esse é o sistema mais banal de prosseguir com a vida e nosso cotidiano. O problema todo é que você sabe, simplesmente sabe que poderia querer fazer diferente... Apenas se questiona se seria melhor. 
Podemos trazer várias ferramentas para instigar e motivar mas as melhores são as mais clássicas: Pense bem, você é fruto de sorte ou acaso? De qualquer forma, mesmo se há forma no destino, todo segundo que você vive - estou falando de viver e não de simplesmente existir - na verdade está em lucro. Cada respirar e cada cor, cheiro, gosto, riso ou choro, raiva ou alegria... Tudo se trata lucro. Você está no lucro. Recompense-se: Viva de modo completo.
Tome decisões e não jogue suas culpas em outros, qualquer hora suas glórias serão atribuídas a eles também. Pense em bom senso. A vida é sua... Ponha seu nome, seu cheiro... Seu estilo nela. 
Creio eu que evocar nomes antigos, pessoas mortas e ditos ou aspas pode até enriquecer o texto mas se trata de sua vida... Faça dela sua - lembrando sempre de não ultrapassar o limite de sua liberdade- e apenas sua.
Eu tomei minhas decisões e estou extremamente feliz com elas, não machuco ninguém e tudo está andando em um ótimo fluxo.

Fantasia

Simplesmente não pude evitar ficar chocado com o acontecido. Eu revivi a cena milhares de vezes e - talvez, digo apenas talvez - escrever ela me fará varrê-la de meus devaneios, espero. Existem olhos que vêem apenas o que lhe é mostrado e existem pessoas com a capacidade mágica de ver através de qualquer coisa/limite natural: tempo, forma, cores. Essa habilidade possui variados nomes mas o mais expressivo - e que o que, particularmente, eu mais gosto - se dá pela palavra Criatividade.
Se sucedeu em um sábado, um garoto de olhos vívidos e famintos por propósito viu em uma caixa de papelão com impressão em verniz muito mais do que um simples quebra-cabeça; ele viu possibilidades.
O brinquedo em si é muito simples: Existe apenas uma combinação para todas as peças se encaixarem. A mente de uma pessoa criativa pode simplesmente adicionar infinitas possibilidades nesta simples e banal sentença. Quase dava para sentir a energia vindo do garoto, como se todo o fluxo do ser/existir dependesse do fato d'ele conseguir aquela fábrica de diversão e fiquei - de fato - encantado com a simplicidade com que o garoto encarava a sua escolha. Não se tratava de um brinquedo visivelmente caro, não era - de modo algum - um objeto de luxo ou um brinquedo para se mostrar para os amigos esperando alguma ascensão social... É um quebra-cabeça e na mente do garoto era mais, muito mais. 
Porém....
Fiquei chocado com a cena seguinte:
O que seria o pai e a tia do garoto deram um jeito de entretê-lo com os outros brinquedos enquanto iriam verificar o preço. Nitidamente não se tratava de algo caro e fiquei impressionado com a frieza quando soltaram um suspiro de alívio pelo preço ser incrívelmente baixo. Antes que alguém me entenda mal irei explicar o fato de que o local onde trabalho lida diretamente com o luxo e ninguém que compra lá precisa se preocupar com Nove reais e noventa centavos. Logo após se certificarem sobre o preço do brinquedo a tia solta em triunfo: "Nove e noventa! Ótimo! Ele quer um tão barato!".
Agora fico pensando: Quanto vale o sonho? Quanto custa a fantasia? Por quanto se vende a confiança?
A tia chegou para a criança e propôs: "Tu quer realmente este aqui? Então será o presente atrasado da tua tia do teu aniversário.".
Lamentei pela alegria da criança - pobre criança - que mal sabia que seus sonhos, suas fantasias e sua alegria (infinitas e indivisíveis) para sua tia valiam apenas Nove Reais e noventa centavos. 
Talvez ela fosse usar o dinheiro para comprar bom senso, pois isso sim... Custa caro... Poucos têm e custa caro, muito caro. Alguns até jogam fora... Cada um cuida do que é seu... Mas tantos ridicularizam os sonhos alheios. Tenho certeza de que o garoto não escolheria o presente pelo preço - pois assim não o fez - então não é necessário esconder o valor como um triunfo: "Comprei a alegria dele! E por apenas nove reais e noventa centavos!!"


Bem, estava bolando escrever sobre políticos, corrupção e panfletagem mas estão olhando um filme de tamanho mal gosto que me vejo forçado a me retirar... A gripe ajuda um pouco mas o filme realmente me faz querer sair de perto. Postarei amanhã, senão em breve.

Abraço a todos. Boa semana e bom final de mês.

20 de ago. de 2010



Bem pessoal estou postando esse vídeo que com toda a minha ausência aqui no blog acho que seria um bom recomeço.

Sem mais delongas, quero apenas compartilhar a insanidade desses indianos "fêladasputas" que fazem algo que eu imagina ver impossível. Bem, as dançarinas de coreografias duvidosas bem que podiam ter umas aulinhas, não?!?!?!