17 de dez. de 2010

O velho sentimento de ano novo

Estava conversando com um amigo sobre o ano de 2011 que está por vir - e praticamente reclamando desse maldito ano que "está acabando" (vale lembrar que nosso calendário não é exato, "certo", então não se apeguem à essas medições, ok?) - e divagando em como ele seria a mesma coisa: Vai saber, planos... Vai que viajamos, vai que morremos... Vai saber! Então eu tive que dizer: Não! Eu pensava isso ano passado! Acho que nesse ritmo vou viver pra sempre.

É engraçado de como uma linha, uma marcação, uma delimitação nos traz esperança. Sabe, nosso calendário é errado, então tenha sempre em mente que por não ser exato faz dessa marcação algo mais simbólico do que matemático. O dia primeiro de 2011 vai ser mais uma data qualquer, sabe? O cosmos continua seu fluxo, raios gama atravessando a galáxia, a Lua girando, a Terra se movendo e tendo sua temperatura aumentada, seus polos magnéticos desestabilizados... Enfim, vejo essa comemoração de final de ano como uma festa à fantasia com tema de piratas feita em um barco afundando no mar. Veja só: Estamos botando narizes de palhaços para termos motivos para rir, e no ano que virá as coisas irão apenas continuar. Afinal, é disso que se trata o ano novo, não? Continuação, não  recomeço. As pessoas recorrem ao recomeço mais pra esquecer os erros do que para traçar projetos novos ou para tentar salvar o mundo, ou - na maioria das vezes - pra ter a chance de errar de novo, persistir no erro com a esperança que dessa vez dê certo

Uma outra coisa também acabou provando o quanto as pessoas precisam mentir pra elas sobre a santidade de certas datas ou de alguns rituais como jantares em família; Uma amiga minha teve de ouvir que, por ela ter os pais separados, ela não gostava do natal por nunca ter tido uma família pra compartilhar a seia, pobrezinha. Bem, eu dei risada, uma das coisas mais idiotas que eu já ouvi: Existe uma fórmula para você ser humano que consiste em um pai, uma mãe, irmãos, se possível tios e avós e todo mundo tem que comer carne e ser católico... Viva! Olhar Big Brother e novela! Ahhhh... Se soubessem da origem do natal. Prometo postar aqui quando achar fontes confiáveis, ou vão na wikipédia e dêem alguns hyperlinks, vão encontrar coisas bem engraçadas.

Mas não culpem a mídia, o comércio - ou o governo, Deus - pois eles apenas estão atendendo à demanda. É como culpar um livro ruim que é muito vendido, culpe quem compra. Enquanto temos décimo terceiro podemos festejar e até gastar um pouco a mais no final do ano - mesmo que alguns tenham no seu íntimo que seu dinheiro está reservado para as contas, ninguém é santo ou máquina para não dar uma estravazada - pois o governo está cortando essa mordomia para aumentar o salário deles. Poderíamos criar um jingle natalino disso, não?

Só vamos ter um pouco de boa fé e, na hora das retrospectivas, lembrar dos políticos que votaram pelo aumento de seus pobres salários (que passam brincando a faixa de 100 mil reais), lembrar dos bandidos gente boa das favelas (afinal bandido tem seus direitos - mais que quem não é), lembrar que um preso recebe dinheiro para ficar preso e cuidar de sua família, pobrezinha (imagina as pobres famílias de quem não rouba), lembrar que roubaram nosso dinheiro e as pessoas acharam uma ótima idéia eleger eles novamente (claro pior que tá não fica), lembrar que o Maluf sempre confiou na justiça (sim Maluf, quem não confia nela sou eu - Maluf mesmo com ficha suja recorreu e foi eleito), lembrar que triplicaram a dívida interna pra pagar a externa e, depois, se endividaram de novo! Ah! Tanta coisa pra recordar!

Prometo fazer um post retrospectiva - tanto da minha vida quanto do Brasil.

Bem, no final de ano eu sempre acabo na boa e velha música do Bidê o Balde - Mais um dia sem ninguém, que diz:

"[...]Mas é tão bom gritar:
Mais um dia sem ninguém!
Nunca me senti tão bem!
Mais um dia sem ninguém!
Pena que vai acabar![...]"

Façam um projeto bem fácil: Peguem um papel, é bem rapido, e façam uma escala na vertical o quando a gente se deu mau (uma escala simbólica) e na horizontal os meses do ano que está acabando e faça um gráfico improvisado criando pontos e ligando eles com uma linha... Então você pega essa proporção padrão que esse gráfico improvisado gerou e continua! É, isso é 2011! Continuação! O novo, de novo, legal né?

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