7 de nov. de 2010

/format U:

Eu estava escrevendo um texto imenso, realmente grande, contando coisas da semana e, principalmente, sobre esse final de semana. Escrevi por cerca de uma hora. Então apaguei tudo.

Eu estava escrevendo um livro imenso, realmente grande, contando coisas dos sonhos e, principalmente, sobre mundos onde existe justiça. Escrevi por cerca de meses. Então apaguei tudo.

Eu estava escrevendo um conto imenso, realmente grande, contando coisas casuais e, principalmente, sobre a monotonia do cotidiano. Escrevi por cerca de dias. Então apaguei tudo.

Eu estava escrevendo uma música, realmente grande, contando sentimentos banais e, principalmente, sobre a vida e as dores. Escrevi por cerca de minutos. Então apaguei tudo.

Eu estava escrevendo uma carta, realmente grande, contando saudades e sonhos e, principalmente, sobre perguntas e dúvidas. Escrevi por cerca de horas. Então apaguei tudo.

Eu estava desenhando respostas, realmente detalhadas, mostrando traços e cores e, principalmente, sobre o que vejo e percebo. Desenhei por semanas. Então apaguei tudo.

O que se apaga sente? O que se sente quando se apaga?
O que se vai sente? O que se sente quando se vai?
O que se foi sente? O que se sente quando se foi?
O que se apaga sente? O que se sente quando se apaga?
O que se exclui sente? O que se sente quando se exclui?
O que se formata sente? O que se sente quando se formata?

Eu desenhei muito essa semana, realmente muito, coisas aleatórias desprovidas de forma e, principalmente, sabores e linhas. Desenhei muito. Então guardei tudo.

Eu cantei muito esses dias, realmente muito, músicas recém descobertas e, principalmente, antigas que habitam a mente. Cantei muito. Então me calei.

Eu escrevi muito esse mês, realmente muito, livro, textos, contos e, principalmente, alívios e frustrações. Escrevi muito. Então salvei.

Eu corri muito essas semanas, realmente muito, por praças, ruas e, principalmente, dos pensamentos e esquecimentos. Corri muito. Então descansei.

Cotidiano cansa, descansa. Cotidiano irrita, desabafa. Cotidiano desgasta, inova.

Este não é o texto original. Eu apaguei o texto original, mas tenho ele nítido em minha memória... Postarei ele em breve, talvez.

Um comentário:

Mayra disse...

As pessoas devem estar sempre se formatando. Que graça teria se fôssemos sempre a mesma coisa? Se não pudéssemos deletar e acrescentar coisas na vida? ^^