23 de nov. de 2010

!Sobre old school e falsos moralistas

Não pude deixar de reparar nessa onda crescente de reutilizar símbolos e ícones do passado com novo propósito. Essas modinhas atuais - dentre elas a que mais modifica nostalgia, a moda emo - simplesmente pegam coisas que já foram usadas em determinadas épocas e fazem delas um novo símbolo. Alguns vloggers famosos já se pronunciaram acerca disso e falaram sobre como certas bandas se auto denominam "rock" ou de como elas usam apetrechos e cores que simplesmente não condizem com a "arte" que elas apresentam.
Estive passeando este final de semana, mais especificamente no sábado, pelo Shopping Center de minha cidade e fiquei perplexo com a capacidade do  ridículo - sem falar a falta de personalidade. 

Eu?! Old School?!

Me senti, assim como o meu amigo Anão que estava andando por lá comigo, um cara "do mau". Sendo que simplesmente sou sócio do clube do "de preto", nem exagero tanto nos apetrechos e outras quinquilharias - diferente de muitas pessoas que eu conheço que andam por ae travestidos de alguma espécie de ícone do rock misturado com alguma lenda antiga de uma civilização perdida - aposto que todos que vivem em Nh tiveram o mesmo nome passando pela mente (Hahaha! Sacaniei!). 
Parei um tempo para pensar se eu não estava sendo um tiozão, um dinossauro, ou qualquer outra coisa deslocada de seu tempo-espaço. Pensei muito, e até tentei a velha fórmula de comparar a "minha geração" com a "atual". Nada deu certo.  O fato é que 90% da população do Shopping Center era associado à moda emo (ok ok, chatos de plantão, mesmo que ela não seja considerada um movimento cultural ou de moda ela assim foi denominada por seus "usuários"), sendo que a piada mais comum da internet, do boteco, do posto, da faculdade, seja associação dessa juventude emo com a falta de personalidade e o muito tempo livre pela falta de hobbies ou perspectivas. Então... Se a maioria faz piada... Mas a maioria é a piada... Isso não me parece muito lógico.
Muito disso é culpa da falta de informação, ela sempre distorce significados e símbolos. Vi pais com crianças muito novas para conseguirem se vestir usando o mesmo tipo de vestimenta que os adolescentes - retardados - que perambulavam por lá.
Só achei divertido a falta de atitute - sendo que isso é o extremo oposto do que as propagandas e os rótulos de energéticos atuais dizem - que essa geração possui. Ao ver um emo travestido com uma camiseta com os escritos "I love rock" eu chamei a atenção de meu amigo e, quando ele também tinha visto, eu disse "Puto! Baita Puto!". O indivíduo - emo da cabeça aos pés, principalmente pelo cabelo - ouviu em alto e bom som e simplesmente baixou a cabeça praticamente encostando o queixo no peito. Quem me conhece sabe que não aparento ser intimidador e muito menos violento e pensei, por um momento, que um simples "Qual é a tua?" seria o normal... Apenas rimos, sendo que houveram outras situações muito engraçadas na mesma data. Gostaria de saber o quão "fundo" a mídia consegue ir nesses cabeças-ocas de hoje em dia. Por mais que alguém já tenha dito isso anteriormente... Ter como objetivo de vida  as redes sociais - para viver uma vida "Malhação" - e comprar um Playstation 3 não me parece muito sadio. Eu leio livros, muitos e não fui incentivado pelos meus pais a fazê-lo... Faço por que gosto e por opção própria. Falta singularidade nos dias de hoje, falta personalidade e caráter... Sim, caráter falta muito!

Então vêm os falsos moralistas... Ah! Sim! São um grupo de pessoas que colocam frases cult no msn, facebook ou twittam algo sarcástico e acham que com isso fazem o suficiente pelo bem da humanidade. Acham que só por dar quote em alguma frase de Nietzsche são inteligentes o suficientes para não estudar mais ou para simplesmente se acharem "não comuns". Acham que pelo fato de separar o lixo orgânico do seco estão salvando o planeta. Elas acham que tocar o papel no lixo e não no chão é uma atitude nobre. São pessoas que fazem o mínimo e acham que são super-heróis.
O bixo humano é muito conveniente em suas escolhas e teorias, ele joga tudo pro relativismo e usa de erros conceituais - aqueles clássicos trocadilhos de linguagem como "Me perdendo posso me achar" ou simplesmente usando algum trecho de um contexto maior cujo significado é distorcido pela falta do todo (como um pedaço de uma música ou alguns versos de um poema) - como arma de argumentação e auto-afirmação. Essas pessoas usam isso para escapar de uma conversa longa onde, provavelmente, elas seriam encurraladas e se encontrariam com falta de argumentos tendo que apelar para o famoso e baixo "ninguém me entende" ou "eu sou assim, o que posso fazer?". Eu acho engraçado como esse tipo de gente tem a capacidade de ficar em cima do muro; elas não querem ajudar o Greenpeace mas colam adesivos em seus cadernos e pastas, elas tem preguiça de rasgar o papel ao invés de amassá-lo mas são a favor da reciclagem. 
Sem falar nos grupos de proteção à animais e outras muitas ong's que simplesmente usam isso para se promoverem socialmente. Uma espécie de clube da Luluzinha onde só se entra com convite, então acabam todos por criar seu próprio grupo de luta para salvar o mundo, cada um lutando contra o outro.
Me lembro que, antigamente - não sei ele ainda o faz - um aposentado, toda noite, circulava por determinadas ruas da minha cidade distribuindo ração para cães de rua. Isso é um trabalho e um esforço digno.  Ele está fazendo a parte dele como ele pode, sem vender camisetas ou criar comunidades no orkut.

Eu acho o fim. Simplesmente pelo fato que muitas dessas pessoas ajudam os animais por acharem que estes as pertencem. MEU ANIMAL DE ESTIMAÇÂO. É uma espécie de necessidade por experimentação e não uma vontade por livre arbítrio. E depois falam em liberdade.

Como eu disse: conveniente. Eu percebi também que essas pessoas lutam contra certas causas - essa dos animais e outras como preconceito ou racismo - simplesmente por interesse próprio. Se tu usar o mesmo conceito, só que trocando os objetos da experimentação de pessoas por outras coisas quaisquer, esses tais moralistas vão simplesmente dizer que não é a mesma coisa; logo o que se defende não é a ideia, o valor, a lei, a ética e sim o próprio rabo.


2 comentários:

Jenny Schmitt disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Jenny Schmitt disse...

velha historia do cada um por si..e de que as aparências são importantes..
enfim....nossa sociedade é assim, a maioria das pessoas é egoísta e tem o poder facilmente a cabeça